No ano de 2020, o setor farmacêutico global atingiu US$ 1,74 trilhão em vendas, conforme aponta a IQVIA, líder mundial no uso de informação, tecnologia, análises avançadas e expertise humana para ajudar seus clientes a impulsionar a área da saúde. Atualmente, o Brasil responde a 2% do mercado mundial, posicionando-se como sétimo em faturamento no ranking das 20 principais economias. Até o ano que vem, estima-se que o país deve subir para a quinta posição, sendo o principal atuante no mercado latino-americano.
Atenta ao potencial do mercado brasileiro, a Farma Ventures, primeira corporate venture builder do varejo farmacêutico no país, ampliou seu portfólio e acaba de captar mais uma startup do setor, a Proffer. Com este aporte, em apenas dois anos de atuação, a Farma Ventures já conta com oito startups em seu portfólio. Ao todo elas já receberam mais de R$ 2,1 milhões de investimento captados em rodadas de investimento, elevando o valuation da venture builder para a casa dos R$ 45 milhões.
Segundo a empresa, a grande dificuldade das farmácias é aumentar a margem sem perder clientes para a concorrência. “Para isso, o uso da tecnologia, como a inteligência artificial, é fundamental. Esse apoio ajuda a melhorar o posicionamento de preços de medicamentos no mercado e a determinar os melhores valores seguindo variáveis que impactam o negócio, como o preço da concorrência e os índices da inflação”, explica Giovanni Oliveira, COO da Farma Ventures, ao salientar que a Proffer atua nessa necessidade. A companhia oferece uma plataforma inteligente com algoritmos que sugerem os preços mais adequados para cada produto individualmente, seguindo variáveis de mercado e o histórico da base do negócio.
Além disso, para evitar a perda de receitas, a Proffer sugere a aplicação de testes de aumento, que permite gerar um equilíbrio entre os produtos ao reduzir o preço de determinados itens e manter ou até aumentar em outros: “Há itens que são mais elásticos, que respondem mais ao preço — se aumentar, todo mundo vai embora —e tem itens que são menos elásticos. Ao rebalancear o seu kit de vendas, você consegue aumentar alguns preços e manter outros constantes. Nesse meio tempo você consegue fazer todo o repasse de custo, manter a margem e, se possível, ganhar receita”, explica Vinícius Pantoja, CIO e cofundador da Proffer.
De acordo com ele, é preciso tomar cuidado para balancear a margem adequadamente. Não se trata apenas de tirar de um produto para colocar em outro, é preciso repassar todo o custo e ainda gerar lucro. Esse tipo de rebalanceamento, que entra no conceito de elasticidade, é a proposta para poder fazer a recombinação do kit. As farmácias conseguem aumentar o preço de produtos que são mais inelásticos.