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BCRI e Alliança Saúde iniciam estudo sobre tratamento de AVC isquêmico

por Redação
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O Brazilian Clinical Research Institute (BCRI),  instituição de pesquisa acadêmica, com apoio e parceria operacional da Alliança Saúde, dará início a um estudo chamado Archimedes, que promete inovar o tratamento de pessoas vítimas de acidente vascular cerebral (AVC). O ensaio clínico avaliará se dois medicamentos, que já existem no mercado há algum tempo — inclusive em versões genéricas —, podem levar a uma redução de eventos cardiovasculares adversos em pacientes que tiveram AVC isquêmico. Caso o novo protocolo seja aprovado para o tratamento de pacientes vítimas de AVC, em até três anos, poderá haver uma economia potencial de R$ 1 bilhão para os cofres públicos, estima o BCRI.

“O AVC é a principal causa de morte e representa 10% de todas as causas de hospitalização no Brasil. Se conseguirmos provar que as duas medicações testadas no estudo podem ser utilizadas para reduzir eventos cardiovasculares adversos em pacientes que tiveram AVC isquêmico, salvaremos milhões de vidas em todo o mundo. Além disso, reduziremos os casos de internação e até mesmo as possíveis sequelas permanentes após um acidente vascular cerebral, o que trará uma grande economia para os cofres públicos”, comenta o professor Renato Delascio Lopes, médico fundador e líder do comitê científico do BCRI e idealizador da pesquisa.

Os dois medicamentos em questão são a Colchicina e a Rivaroxabana, utilizados no tratamento de dores e inflamações, especialmente em pacientes com gota e no tratamento da doença arterial coronária e periférica. “Será um ensaio clínico randomizado, fatorial 2×2, com cerca de 4 mil pacientes que tiveram AVC isquêmico agudo. Selecionaremos participantes de todo o Brasil e vamos trabalhar com um público diverso, para representar a realidade do nosso País”, explica Lopes.

A Alliança Saúde, empresa de medicina diagnóstica, é a principal investidora nesse estudo inédito no Brasil. Para o vice-presidente médico da companhia, Gustavo Campana, essa pesquisa clínica poderá promover um grande impacto social. “Quase 100 mil brasileiros morreram vítimas de acidente vascular cerebral apenas em 2022. Apoiar essa iniciativa é uma grande satisfação. Está em nosso DNA e é nossa missão entregar o melhor da medicina aos nossos pacientes e à sociedade como um todo”, comenta o médico, acrescentando que a abrangência do Archimedes, que terá mais de 4 mil participantes, é muito importante para resultados efetivos.

A Organização Mundial do AVC (World Stroke Organization – WSO), que é presidida atualmente pela médica neurologista brasileira, Sheila Martins, também apoia a pesquisa. “Temos trabalhado arduamente em campanhas para reduzir o impacto global do AVC, conscientizando as pessoas sobre a prevenção, o tratamento e os cuidados a longo prazo. Saber que existem medicações mais acessíveis que podem transformar a forma como esses pacientes são tratados, evitando sequelas e a reincidência de um AVC é muito animador”, comenta Sheila.

Mais de 400 pessoas estão envolvidas na condução operacional do ensaio clínico, que terá a participação de 40 hospitais, a realização de 8 mil tomografias de controle e a dispensação de mais de 100 mil medicamentos durante a investigação. Apenas no BCRI, ARO (Academic Research Organization) mais experiente da América Latina, oito comitês foram organizados para apoiar a iniciativa, incluindo um comitê executivo composto por médicos pesquisadores experientes do mundo inteiro.

O projeto também representa uma inovação no modelo de financiamento de pesquisas clínicas no Brasil que até o momento se concentrava em recursos de pesquisa e desenvolvimento de terapias das farmacêuticas e em programas públicos sociais. “Conseguimos fazer algo inédito e inovar o modelo de pesquisa clínica de alto impacto num modelo ESG, ou seja, com um parceiro privado que compartilha o propósito de promover melhorias para a sociedade sem retorno direto, focando na melhoria da saúde dos brasileiros. Dessa maneira fomentamos as empresas, também, a atuar nos indicadores de saúde do S do Social do ESG”, comenta Thomas Almeida, CEO do BCRI.

De acordo com Almeida, esse será o primeiro de muitos projetos com foco em promover um impacto social positivo. “Este novo modelo deve incentivar a pesquisa clínica por meio de parcerias, como essa com a Alliança Saúde. O apoio da Isabella Tanure, médica e vice-presidente do conselho de administração, também foi fundamental e nos abre um leque de possibilidades. Seguimos buscando o apoio de empresas privadas para juntos melhorarmos a saúde dos brasileiros”, finaliza o executivo.

Após as aprovações, os primeiros pacientes serão incluídos no estudo no segundo semestre deste ano. A pesquisa deve durar pelo menos três anos.

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