A transformação digital no setor de saúde está impulsionando a adoção de soluções tecnológicas que melhoram não só a experiência dos pacientes, mas também a gestão hospitalar. Embora a inovação na área assistencial — como diagnósticos e tratamentos — receba muita atenção, as operações não-assistenciais, como gestão de leito, hotelaria, manutenção e nutrição, também estão sendo, profundamente, impactadas.
Algumas das vantagens que a implementação destas tecnologias proporcionam aos hospitais são: melhor experiência do paciente, otimização de processos, eficiência operacional aos profissionais, redução de horas extras, tempo de setup em salas de cirurgia, liberação mais rápida de leitos e diminuição na permanência de internações.
Para se ter uma ideia, a Quality24, healthtech brasileira que oferece soluções de apoio à gestão hospitalar de forma integrada, já reduziu por meio da implementação de sua plataforma em hospitais, 70% do tempo de atendimento dos hospitais com monitoramento de dados; 65% no tempo de liberação de leitos; além da diminuição de mais de 40 mil horas poupadas de equipes de enfermagem, anualmente.
Diante desse cenário, Gabriel Gebrim, COO da Quality24, aponta quatro soluções que já estão transformando o dia a dia de centros de saúde e contribuindo para um cuidado mais ágil, eficiente e preciso.
1. Plataformas de gestão integrada e customizável
Hospitais e clínicas sempre lidaram com uma grande diversidade de operações, muitas vezes, gerenciadas por sistemas separados. As plataformas de gestão integradas são uma resposta a essa fragmentação, oferecendo uma solução que unifica diferentes áreas, como manutenção, limpeza e nutrição, em um único local. Além disso, esses softwares permitem uma customização que atende às necessidades específicas de cada instituição.
Diferente dos ERPs tradicionais, essas novas plataformas adaptam-se aos fluxos operacionais dos hospitais, otimizando a gestão e proporcionando uma maior eficiência. “O que vemos hoje são soluções que se adequam ao perfil de cada ambiente hospitalar, melhorando tanto os processos internos quanto a qualidade dos serviços oferecidos aos pacientes”, afirma Gabriel.
- Gestão de leito em tempo real
A gestão eficiente de leitos hospitalares é essencial para a manutenção de fluxos ágeis de pacientes. Tecnologias que monitoram em tempo real o status dos leitos têm revolucionado esse processo, permitindo que centros de saúde reduzam, significativamente, o tempo necessário para liberar um leito após a alta de um paciente.
Esses sistemas conseguem identificar quando um leito está pronto para limpeza e, caso haja algum impedimento, como a presença de acompanhantes ou equipamentos, acionam as equipes responsáveis imediatamente. Isso reduz o tempo ocioso dos leitos e, consequentemente, melhora a capacidade de atendimento da instituição — além de orientar os profissionais corretos para cada função. Segundo dados de implementação da plataforma da Quality24, em alguns hospitais, essa tecnologia resultou em uma redução de até 65% no tempo de liberação de leitos. Alguns hospitais conseguiram aumentar a sua capacidade de atendimento em até 15%
3. Interação direta com pacientes e aumento de NPS
Outra inovação que está impactando, diretamente, a experiência dos pacientes é a possibilidade de interação em tempo real com as equipes hospitalares. Por meio de aplicativos e interfaces digitais intuitivas, os pacientes podem fazer solicitações, relatar problemas ou fornecer feedback sobre sua estadia, permitindo uma resposta imediata e mais eficiente por parte das equipes.
Gebrim destaca um caso recente de sucesso: “Em um de nossos clientes, identificamos, por meio dos feedbacks dos pacientes, que o problema com a alimentação não era a comida, mas a temperatura dos alimentos. Isso só foi descoberto por conta dos dados coletados em tempo real, que nos permitiram agir rapidamente”. A solução resultou em um aumento de 15% no NPS (Net Promoter Score) e o melhor, sem custos adicionais, e a redução de 34% nos custos com hora extra
4. Automatização operacional: o caminho para a aplicação da Inteligência Artificial
A coleta de dados em tempo real e o monitoramento automatizado de serviços, que antes eram organizados e gerenciados de forma analógica, criam uma base sólida para a implementação da inteligência artificial (IA) nos hospitais. Essas tecnologias não apenas monitoram cada etapa dos processos internos, mas também otimizam fluxos de trabalho, permitindo uma gestão mais precisa e proativa de equipes, recursos e atendimento ao paciente.
A IA, por sua vez, pode transformar, radicalmente, a gestão hospitalar, oferecendo análises preditivas, automatizando decisões operacionais e até mesmo ajustando as demandas em tempo real. No entanto, é necessário se preparar. Conforme explica o COO da Quality24: “A adoção de IA depende de uma estrutura sólida de digitalização e integração de dados, algo que muitos hospitais ainda estão implementando, mas em fase embrionária”. Para que modelos de IA funcionem corretamente, é fundamental existirem dados de qualidade e processos já digitalizados.
