Um nova startup, que alia infraestrutura de dados e inteligência artificial (IA) para aumentar a segurança e transparência dos pagamentos em saúde, acaba de chegar ao mercado. Trata-se da Arvo, que tem como proposta facilitar o relacionamento entre prestadores de serviços de saúde e os planos de saúde com a oferta de ferramentas de gestão de contas médicas, reembolsos e autorizações para tornar os processos mais ágeis e assertivos e reduzir desperdícios, fraudes e erros.
A startup foi criada em agosto do ano passado pelos empreendedores Fabrício Valadão (à direita na foto), ex-executivo de saúde com passagens pela multinacional Aon e a consultoria Bain & Company, e por Rafael Tinoco (à esquerda na foto), executivo de tecnologia e saúde com passagens por companhias como Amil, Gympass e Alice. Logo no início da operação, a Arvo recebeu investimento de fundos como K50 Ventures e Preface, com sede nos EUA, e do Latitud VC, que atua na América Latina, além de investidores-anjo.
O Brasil possui o segundo maior sistema de saúde privado do mundo, atrás somente dos Estados Unidos. O IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) estima que por conta de fraudes e desperdícios perde-se anualmente o equivalente a 19% de todo o gasto na saúde privada no país, cerca de R$ 40 bilhões. Somam-se a isso os altos custos operacionais que incluem gestão de uso e pagamentos pelos serviço de saúde, que devem totalizar R$ 26 bilhões.
“Queremos mudar essa realidade. Acreditamos que o sistema de saúde como um todo precisa de mais tecnologia para entregar mais eficiência e ao mesmo tempo mais valor para as pessoas”, afirma Tinoco, cofundador da Arvo.
Segundo ele, com menos de um ano de operação, a Arvo mostra que o impacto que suas tecnologias baseadas em inteligência de dados podem gerar é de fato uma realidade. De agosto para cá, a companhia já soma mais de R$ 17 bilhões em valor total de sinistro processado, cobrindo mais de 1,6 milhão de vidas e mais de 50 milhões de contas médicas, gerando economias que chegam a mais de 4% do sinistro dos clientes.
“Para colocar esse valor em perspectiva, se aplicássemos essa economia a todas as operadoras, seria o equivalente a zerar o prejuízo do setor [R$ 3,4 bilhões até o terceiro trimestre do ano passado] e deixá-lo superavitário (em R$ 2,1 bilhões], na mesma comparação. Essa redução de custos beneficia toda a população, desde os beneficiários e empregadores na saúde suplementar que enfrentam altos reajustes com os aumentos do custo assistencial até a população não coberta que poderá contratar planos mais acessíveis”, complementa Tinoco.
Ao criar o negócio os fundadores também constataram que boa parte dos processos de regulação de utilização e gestão de contas e pagamentos do setor, como as chamadas auditorias, são feitos de forma manual e amostral. Por isso, resolveram apostar em ser o parceiro que irá potencializar exponencialmente a resolução dessas dores das operadoras, que passam a contar com um diferencial competitivo importante ao disporem de diversos modelos de inteligência artificial (IA) com machine learning que alavancam o trabalho de seus times na redução da sinistralidade, evitando gastos indevidos.
“As operadoras, que são os nossos clientes, já fazem um grande trabalho evitando que esse prejuízo cresça cada vez mais, e a nossa plataforma existe justamente para complementar os processos atuais dos planos de saúde, atuando como mais uma camada de análise e validação, seja apoiando processos de auditoria e análise de contas ou de autorização e liberação para uso”, afirma Valadão.