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Executiva brasileira é responsável global por cirurgia robótica em multinacional americana

por Redação
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Responsável pela análise clínica no desenvolvimento de instrumentos e sistema robótico para cirurgias minimamente invasivas, segurança e performance dos equipamentos, Carla Peron, atualmente, vice-presidente global de Pesquisa Clínica e Ciências Médicas da Medtronic, iniciou sua carreira no Brasil. Nascida em São Paulo SP, ela formou-se em médica na Faculdade de Medicina de Jundiaí, e escolheu a ginecologia e obstetrícia para dar os primeiros passos na carreira.

No entanto, a executiva tinha, desde o início, uma meta profissional: melhorar a saúde da mulher e ampliar o acesso da tecnologia a todos. Com esse foco, trabalhar no exterior diretamente no desenvolvimento de medicamentos e produtos para saúde parecia o caminho correto. Ainda como ginecologista, decidiu focar em pesquisa clínicas para obter respostas sobre as cirurgias minimamente invasivas nos pacientes e o quanto a técnica poderia evoluir, principalmente, na saúde feminina.

Para Carla, trazer dados que ilustrem a redução significativa de riscos e a rápida recuperação com os procedimentos minimamente invasivos, é uma forma de contribuir com a evolução do setor no mundo. “Essa técnica deveria ser acessível a todo o sistema de saúde e inserida nas universidades de medicina para realmente evoluirmos, reduzindo os riscos para os pacientes em qualquer tipo de cirurgia, independente da geografia ou condição socioeconômica”, pondera. As análises cada vez mais assertivas e uma premiação em ginecologia e obstetrícia a destacou no mercado. Logo, surgiu a oportunidade para trabalhar na Covidien, que depois foi adquirida pela Medtronic, líder global em tecnologia da saúde. Após quatro anos, a performance da executiva, alinhada com os seus objetivos, rendeu o convite para atuação no mercado internacional, desta vez, na área de robótica.

Casada e com duas filhas, mesmo buscando a oportunidade, alguns desafios vieram junto com o convite. O marido trabalhava, as crianças estudavam e havia o entrave com a língua, que mesmo com a formação, ainda havia insegurança. A médica ainda lembra que pensou “será que eu consigo?”. Após analisar bem e ter o total apoio da empresa americana, a brasileira se candidatou à vaga, competiu com três homens e conquistou a posição. Carla reside há 5 anos na Flórida e há dois anos tornou-se a executiva responsável pela área médica de Inovações Cirúrgicas e Robótica e vice-presidente de Pesquisa Clínica e Ciências Médicas. Na prática, isso significa, por exemplo, que um robô cirúrgico da Medtronic só entra em ação se passar por uma complexa lista de ensaios pré-clínicos e clínicos sob sua responsabilidade.

Com poucas mulheres no setor de tecnologia, especialmente na área de cirurgia, ela afirma que, no ambiente externo, ainda há preconceito subliminar que, muitas vezes, não é verbalizado, mas, percebido com olhares e dúvidas sobre se realmente é uma mulher que dá o aval final para o lançamento de um sistema complexo como o robô utilizado para cirurgias minimamente invasivas. Para as mulheres que pensam em trabalhar em áreas predominantemente masculinas, ela manda um recado “é preciso ser intencional e repetitiva, deixando claro os seus objetivos e, mesmo diante de inseguranças, não se autossabotar”. Hoje, a executiva integra um grupo de líderes que atuam como mentoras de mulheres, auxiliando, entre outras frentes, em movimentações de carreira que façam sentido para o desenvolvimento delas.

A iniciativa faz parte do Medtronic Women’s Network (MWN), uma das quatro redes globais de diversidade e inclusão da empresa, cujo objetivo é melhorar a capacidade da empresa de atrair, desenvolver, reter e acelerar o avanço das mulheres. “Tenho muito orgulho de fazer parte dessa rede, pois antes de ser mentora, fui mentorada, ainda na época em que eu estava no Brasil, e recebi importante suporte que me alavancou para a minha posição atual.

Atualmente, fazem parte do MWN no Brasil, 26 pessoas que trabalham em dez pilares: homens que advogam pela equidade de gênero, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, ações afirmativas, mentoria, combate à violência contra a mulher, mulheres em todo o Brasil, impacto na comunidade, princípios de empoderamento das mulheres, desenvolvimento profissional e comunicação. 

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