2020 foi o ano mais estressante da história para os trabalhadores de todo o mundo e, de acordo com um novo estudo realizado pela Oracle e Workplace Intelligence, uma empresa de consultoria em pesquisa de RH; no Brasil não seria diferente. O estudo contou com mais de 12 mil funcionários, gerentes, líderes de RH e executivos C-level em 11 países, descobriu que a pandemia do COVID-19 aumentou o estresse, a ansiedade e o esgotamento no local de trabalho para pessoas em todo o mundo, e eles preferem a ajuda de robôs em vez de outras pessoas.
COVID-19 impactou negativamente a saúde mental da força de trabalho brasileira
Pessoas em todo o mundo estão lutando contra o aumento dos níveis de ansiedade e depressão no trabalho devido ao COVID-19 e os trabalhadores brasileiros são os que mais perdem o sono de acordo com os resultados.
- 70% dos brasileiros tiveram mais estresse e ansiedade no trabalho este ano em comparação com qualquer outro ano anterior.
- Este aumento afetou negativamente a saúde mental de 73% dos trabalhadores brasileiros.
- Os brasileiros são os que mais perdem o sono devido ao estresse e ansiedade relacionados ao trabalho (53%), em comparação com 40% no mundo todo.
- As novas pressões apresentadas pela pandemia global foram adicionadas aos fatores estressores diários do local de trabalho, incluindo a pressão para atender aos padrões de desempenho (44%), lidar com tarefas rotineiras e tediosas (46%) e lidar com cargas de trabalho imprevisíveis (39%).
Problemas de saúde mental no trabalho estão afetando negativamente a vida pessoal dos profissionais
A pandemia global acentuou os problemas de saúde mental no local de trabalho e o impacto não se limitou à vida profissional – as pessoas também estão sentindo os efeitos em casa.
- 90% dos brasileiros e 85% dos trabalhadores globais dizem que problemas de saúde mental no trabalho (estresse, ansiedade e depressão) afetam sua vida doméstica.
- À medida que as fronteiras entre os mundos pessoal e profissional se tornam cada vez mais confusas, 42% dos brasileiros e 35% dos entrevistados globais estão trabalhando mais de 40 horas extras por mês e 21% dos trabalhadores brasileiros estão passando pela experiência da síndrome de Burnout.
- Apesar das desvantagens percebidas do trabalho remoto, as pessoas (63% do Brasil e 62% da força de trabalho global) consideram o trabalho remoto mais atraente agora do que antes da pandemia.
Os funcionários querem ajuda e estão usando a tecnologia ao invés das pessoas
As pessoas querem mais da tecnologia do que somente ferramentas de colaboração e, por isso, querem que a tecnologia apoie sua saúde mental:
- Apenas 14% dos trabalhadores brasileiros preferem humanos a robôs para apoiar sua saúde mental, pois acreditam que os robôs fornecem uma zona de teste livre (46%), uma saída imparcial para compartilhar problemas (31%) e respostas rápidas a perguntas relacionadas à saúde (30%).
- 68% da força de trabalho global prefere falar com um robô sobre estresse e ansiedade em vez de seu gerente – enquanto no Brasil esse número é de 64%.
- A grande maioria dos entrevistados (86% do Brasil e 80% dos entrevistados globais) está aberta a ter um robô como terapeuta ou conselheiro.
- 87% dos entrevistados brasileiros disseram que a IA ajudou sua saúde mental no trabalho. Os principais benefícios observados foram fornecer as informações necessárias para fazer seu trabalho com mais eficácia (42%), automatizar tarefas e reduzir a carga para evitar a síndrome de Burnout (41%) e reduzir o estresse ajudando a priorizar tarefas (34%).
- AI também ajudou metade dos brasileiros a encurtar a semana de trabalho. 72% disseram que a tecnologia de IA aumenta a produtividade (63% globalmente), melhora a satisfação no trabalho (62% para o Brasil e 54% globalmente) e melhora o bem-estar geral (58% do Brasil e 52% globalmente).
Os problemas de saúde mental no trabalho não estão desaparecendo e não podem ser ignorados
Funcionários em todo o mundo esperam que seus empregadores apoiem mais a saúde mental e, se essa ajuda não for fornecida, terá um impacto profundo na produtividade global, bem como na vida pessoal e profissional da força de trabalho em todo o mundo.
- A maioria dos entrevistados do Brasil (84%) e globalmente (76%) acredita que sua empresa deveria fazer mais para proteger a saúde mental. Os brasileiros (52%) observaram que suas empresas começaram a fornecer serviços ou apoio em saúde mental como resultado do COVID-19.
- 92% dos trabalhadores brasileiros gostariam que sua empresa fornecesse tecnologia para apoiar sua saúde mental, incluindo acesso por autoatendimento a recursos de saúde (43%), serviços de aconselhamento sob demanda (43%), ferramentas proativas de monitoramento de saúde (45%), acesso a aplicativos de bem-estar ou meditação (43%) e chatbots para responder a perguntas relacionadas à saúde (26%).
- 87% dos brasileiros enfrentaram desafios enquanto trabalhavam remotamente, com os maiores fatores sendo a falta de distinção entre vida pessoal e profissional (43%) e lidar com desafios crescentes de saúde mental, como estresse e ansiedade (45%).
- 66% dos brasileiros disseram que o estresse, ansiedade ou depressão no local de trabalho reduzem a produtividade e aumentam a falta de tomada de decisão (61%). A maioria dos entrevistados no Brasil (90%) e na força de trabalho global (85%) disse que o estresse, a ansiedade e a depressão relacionados ao trabalho afetam sua vida doméstica.
“O home office funcionou como um divisor de águas para muitos trabalhadores durante a pandemia, já que a pandemia acelerou a implementação de novas formas de trabalho. Nunca a tecnologia foi tão necessária para o mundo corporativo como agora. As inovações devem estar no centro das discussões sobre como melhorar a experiência do trabalhador em casa e onde quer que ele esteja, como forma de fomentar o bem-estar de cada um deles”, pontuou Maicon Rocha, gerente de Soluções de Recursos Humanos na Oracle Brasil.
“Com as novas expectativas de trabalho remoto e linhas confusas entre a vida pessoal e profissional, o custo do COVID-19 em nossa saúde mental é significativo – e é algo com que os trabalhadores de todos os setores e países estão lidando”, disse Dan Schawbel, gerente parceiro da Workplace Intelligence. “A pandemia colocou a saúde mental na frente e no centro – é o maior problema da força de trabalho hoje e será na próxima década. Os resultados do nosso estudo mostram o quão difundido este problema se tornou e porque agora é a hora das organizações começarem a falar sobre ele e a explorar novas soluções”.
“Com a pandemia global, a saúde mental se tornou não apenas uma questão social mais ampla, mas um grande desafio no local de trabalho. Tem um impacto profundo no desempenho individual, eficácia da equipe e produtividade organizacional. Agora, mais do que nunca, é uma conversa que precisa acontecer e os funcionários estão procurando os empregadores para preparar e fornecer soluções”, disse Emily He, vice-presidente sênior, Oracle Human Cloud Management. “Há muito que pode ser feito para apoiar a saúde mental da força de trabalho global e há muitas maneiras pelas quais tecnologias como a IA podem ajudar. Mas, primeiro, as organizações precisam considerar a saúde mental em sua agenda. Se pudermos iniciar essas conversas – tanto nos níveis de RH quanto nos executivos – podemos começar a fazer algumas mudanças. E a hora é agora”.
Metodologia
Os resultados do estudo são baseados em uma pesquisa conduzida pela Savanta, Inc. entre 16 de julho e 4 de agosto de 2020. Para esta pesquisa, 12.347 entrevistados globais (dos Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, França, Itália, Alemanha, Índia, Japão, China, Brasil e Coreia) responderam a perguntas gerais para explorar a liderança e as atitudes dos funcionários em relação à saúde mental, tecnologia de inteligência artificial, assistentes digitais, chatbots e robôs no local de trabalho. 1.004 brasileiros foram entrevistados. O estudo teve como alvo pessoas com idades entre 22 e 74 anos. Os entrevistados foram recrutados por meio de diversos mecanismos e fontes diferentes para se juntar aos painéis e participar de pesquisas de mercado. Todos os painelistas passaram por um processo de dupla aceitação e completaram em média 300 pontos de dados de perfil antes de participar das pesquisas. Os entrevistados foram convidados a participar por e-mail e receberam um pequeno incentivo monetário para fazê-lo. Os resultados de qualquer amostra foram sujeitos a variação de amostragem. A magnitude da variação é mensurável e é afetada pelo número de entrevistas e o nível das porcentagens que expressam os resultados. Neste estudo específico, as chances são de 95 em 100 de que o resultado de uma pesquisa não varie, mais ou menos, em mais de 0,9 pontos percentuais do resultado que seria obtido se as entrevistas tivessem sido realizadas com todas as pessoas no universo representado pela amostra.