Todos têm a impressão de que 2020 foi o ano em que tudo parou. Tudo, menos a tecnologia, que, impulsionada por uma necessidade de desenvolver soluções para acabar com a ameaça pandêmica, acelerou o desenvolvimento de ferramentas que hoje fazem parte do dia-a-dia dos consultórios médicos. No Dia Mundial da Saúde Universal, celebrado anualmente em 12 de dezembro, lembramos o quanto a transformação digital pode contribuir com a universalização, o acesso e o aprimoramento dos sistemas de saúde ao longo do globo.
O conceito de Open Health é um exemplo desta inovação, pois garante dados de pacientes integrados e seguros, disponíveis onde quer que seja feito o atendimento, proporcionando agilidade e mais precisão para os diagnósticos. Esta interoperabilidade é possível graças à computação em nuvem, pois lá estão armazenados todos os protocolos de atendimento, que se tornam mais ágeis e eficientes, e que podem ser aplicados inclusive em consultas remotas, fomentando e respaldando a telemedicina.
Dados da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital (Saúde Digital Brasil – SDB), entidade presidida pelo Dr. Carlos Pedrotti, que representa os principais operadores de telemedicina do Brasil, apontam que entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de consultas e atendimentos foram realizados, por mais de 52,2 mil médicos, via telemedicina no Brasil. Desse número, 87% foram consultas realizadas pela primeira vez remotamente. A pesquisa da SDB também traz o dado de satisfação do atendimento: 90% dos pacientes classificaram a consulta remota como ótima ou boa.
Com a nuvem, muito além do atendimento individual, o Open Health pode contribuir com pesquisas científicas, como ocorreu para o desenvolvimento de vacinas para a Covid 19. Isto porque os bancos de dados podem ser acessados entre laboratórios e instituições, que compartilham suas impressões e resultados de pesquisas, colaborando para a criação de novos medicamentos para doenças graves. Essas informações podem ser avaliadas para identificar tendências, problemas e desenvolver soluções. Com isso, é possível ter uma visão geral das condições e a telemedicina ganha em velocidade e estabilidade, pois a estrutura consegue lidar com grandes volumes de dados, possibilitando as chamadas de vídeo de forma eficaz. Além disso, com dados de pacientes disponíveis no sistema é possível ter mais insumos para diagnósticos cada vez mais qualificados. Tudo isso, sem violar a privacidade dos pacientes pesquisados.
De acordo com pesquisa realizada pela McKinsey as receitas globais de saúde digital devem alcançar a marca de US$600 bilhões em 2024 e, entre os investimentos, estão tecnologias para garantir a interoperabilidade dos sistemas, universalizando a saúde de maneira geral.
No Dia Mundial da Saúde Universal, é oportuno ponderar sobre o papel catalisador da tecnologia, que não apenas nos conecta a soluções transformadoras, mas também proporciona a colaboração global para a implementação de inovações tecnológicas. Esses elementos são cruciais para atingir a meta audaciosa de disponibilizar cuidados de saúde acessíveis a todas as pessoas, independentemente de sua condição social ou econômica. A tecnologia, ao verdadeiramente universalizar a saúde, está pavimentando o caminho para um futuro mais saudável e sustentável.
Wagner Andrade, CEO da dataRain.