A inteligência artificial (IA), ainda gera polêmicas e está cada vez mais presente na saúde, assim como em outros setores. Há quem a veja como uma ameaça ao papel do médico, enquanto outros enxergam seu real potencial: reduzir burocracias, otimizar processos e, principalmente, dar mais tempo ao profissional para cuidar do paciente.
Hoje, médicos e enfermeiros passam grande parte do tempo preenchendo formulários, lidando com sistemas fragmentados e resolvendo questões administrativas. Isso não apenas reduz a qualidade do atendimento, mas também contribui para erros e diagnósticos tardios. O resultado? Um aumento alarmante nos processos judiciais contra profissionais da saúde. Em 2024, o número de ações por erro médico cresceu 506%, saltando de 12.268 para 74.358, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O problema não é falta de conhecimento ou negligência, mas sim um sistema ineficiente que sobrecarrega os profissionais. Além disso, estima-se que 30% dos custos da saúde sejam desperdiçados com processos operacionais desnecessários, enquanto mais de 800 mil diagnósticos imprecisos ocorrem anualmente.
A boa notícia é que a tecnologia já oferece soluções para mudar esse cenário. Ferramentas baseadas em inteligência artificial buscam enfrentar desafios críticos do setor para garantir eficiência operacional, redução de custos e uma jornada mais fluida para o paciente. Além de ajudar a reduzir drasticamente o tempo gasto com documentação, permitindo que médicos tomem decisões com mais rapidez e segurança.
Esse conceito de médicos “powered by AI” já está transformando a prática médica. Em vez de substituir profissionais, a inteligência artificial se torna um suporte valioso, fornecendo análises detalhadas, velocidade de respostas e redução de riscos. Ao identificar padrões em bases de dados e sugerir diagnósticos mais precisos, a IA não elimina o julgamento clínico, mas o aprimora.
Além disso, é essencial que a inovação na saúde seja vista como um complemento à expertise médica. O futuro da saúde não está na substituição de profissionais, mas na sua capacitação com ferramentas que os tornem mais eficientes. Quem entender isso sairá na frente.
Maurício Honorato, CEO da Doutor-AI.