O Brasil registra um número recorde de 575.930 médicos ativos, com uma proporção de 2,81 médicos por mil habitantes, segundo a Demografia Médica CFM – 2024. Apesar do avanço, o Conselho Federal de Medicina expressa preocupações sobre as consequências desse rápido crescimento na formação e na assistência à população. À medida que novas tecnologias chegam e ganham espaço, as profissões acabam por estar em constante transformação. A medicina não se isenta disso, e cada vez mais os médicos precisam desenvolver um conjunto diversificado de habilidades para atender às demandas contemporâneas.
O perfil do profissional de saúde do século XXI vai muito além do domínio técnico. Em um mundo marcado por avanços tecnológicos ininterruptos, mudanças nas relações humanas e demandas por atendimentos mais rápidos e personalizados, fazem com que os médicos precisem desenvolver habilidades que unam conhecimento, empatia e adaptabilidade. Um levantamento de 2024 da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) aponta que o sucesso na carreira médica hoje depende de uma combinação de competências técnicas, emocionais e digitais. Liderança, gestão de equipe, uso estratégico de novas tecnologias e comunicação eficaz são algumas das principais habilidades para os médicos que desejam se destacar.
O setor da saúde passa por uma transformação impulsionada pela tecnologia e mudanças no comportamento dos pacientes. Profissionais que investem em gestão, inovação e digitalização estão um passo à frente no mercado. O impacto digital também é um diferencial competitivo. Estratégias bem aplicadas nas redes sociais e outras plataformas online aumentam a autoridade e a visibilidade dos médicos, possibilitando um crescimento sustentável de suas carreiras. “Médicos que se adaptam rapidamente às inovações tecnológicas podem oferecer tratamentos mais precisos e eficientes, além de melhorar a comunicação e o acompanhamento dos pacientes”, afirma Moresco.
A pesquisa “Gestão e Iniciativa Empreendedora na Medicina Brasileira”, conduzida por Jamal Azzam da FGV, revela que metade dos médicos brasileiros mistura finanças pessoais e empresariais, destacando a necessidade de aprimoramento na gestão. “Os médicos que desenvolvem essa competência conseguem unir suas equipes em torno de objetivos comuns, melhorando a qualidade do atendimento e a satisfação dos pacientes”, explica Ana Carolina Moresco especialista em implementação de clínicas pelo país e fundadora do Grupo R+ Gestão Médica. Moresco já ajudou mais de 1000 médicos a estruturarem suas clínicas e consultórios, otimizando processos e implementando práticas de gestão eficientes.
Quando médicos optam por se tornar empreendedores, eles se deparam com um desafio complexo que vai além da formação em medicina. Para ter sucesso, é fundamental que esses profissionais adquiram habilidades em diversas áreas, como atendimento ao cliente, finanças, gestão de pessoas e contratações, além de desenvolver uma compreensão abrangente sobre o funcionamento de uma clínica. Portanto, buscar conhecimento e orientação especializada é essencial.
No Brasil, o cenário do empreendedorismo é dinâmico e repleto de desafios, incluindo os médicos que decidem abrir seus próprios negócios. Dados do SEBRAE revelam que cerca de 60% das empresas no país encerram suas atividades após cinco anos, frequentemente devido a uma gestão inadequada. Moresco reforça que essa realidade ressalta a importância de uma administração eficiente para assegurar a sustentabilidade e o êxito dos empreendimentos, especialmente no setor de saúde, onde a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes são prioridades.