A Hapvida está liderando um avanço inédito com o uso da inteligência artificial (IA) para transformar o cuidado em saúde no Brasil. Em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a empresa criou o Centro de Referência em Inteligência Artificial em Saúde (CEREIA), que já saiu do laboratório para gerar impacto real na vida de milhares de pessoas. O projeto foi idealizado em 2021 com recursos estimados na ordem de R$ 17,5 milhões.
Dentre as instituições associadas, também estão a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Universidade de Fortaleza (Unifor). A iniciativa reúne mais de 50 pesquisadores e já soma 30 publicações científicas, mas seu maior diferencial está na aplicação prática: modelos proprietários de IA, treinados com dados clínicos reais da Hapvida e validados por especialistas estão sendo incorporados à rotina assistencial para prevenir doenças, apoiar diagnósticos, personalizar tratamentos e otimizar recursos.
Inovação aplicada: exemplos de impacto
O desenvolvimento das linhas de pesquisa foi guiado pelas demandas clínicas mapeadas junto à Hapvida, o que garantiu que as soluções dialogassem com necessidades concretas do cuidado. São inúmeros os exemplos de impacto:
Prevenção da Doença Renal Crônica – Modelo baseado em machine learning (XGBoost) analisou o histórico de 511 mil pacientes e mais de 3 milhões de registros laboratoriais, com 72% de precisão, contra apenas 22% de métodos tradicionais. A abordagem permite priorizar atendimentos e retardar a progressão da doença.
Predição de Câncer de Mama – Rede neural treinada com 1,3 milhão de laudos de mamografias benignas estima o risco de desenvolvimento da doença em até cinco anos. A tecnologia reduz sobrediagnósticos, direciona recursos e personaliza o rastreamento.
Auditoria Inteligente de Imagens Odontológicas – Usando técnicas como BoVW, SIFT e redes convolucionais (VGG-16), a solução atingiu 95,6% de precisão na identificação de exames duplicados, prevenindo fraudes e desperdícios.
Assistente Virtual “MarIA” para Doenças Crônicas – Baseada em Large Language Models (LLMs), a ferramenta realizou mais de 50 mil interações, aumentando a adesão a programas de prevenção e autocuidado, com 98,9% de aprovação dos usuários e mais de 360 consultas agendadas.
“O CEREIA é a consolidação de uma plataforma científica que conecta escala de dados, rigor acadêmico e aplicabilidade prática. Não é só sobre inovação tecnológica: é sobre gerar valor real para o paciente e para o sistema de saúde”, afirma José Soares de Andrade Jr., diretor do comitê gestor do Centro.
Base de dados única e potencial global
A Hapvida atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia em todas as regiões do país, com uma rede própria formada por 87 hospitais, 78 prontos atendimentos, 351 clínicas médicas e 299 centros de diagnóstico. Essa abrangência garante uma base de dados rica, diversa e representativa da realidade genética, epidemiológica e socioeconômica brasileira, atributo raro e valioso no cenário global.
“Estamos internalizando os projetos de pesquisa, colocando inteligência artificial de alto desempenho para resolver problemas clínicos reais, em larga escala. Trabalhamos com dados robustos e metodologias proprietárias para criar modelos explicáveis, auditáveis e que já mostram impacto mensurável na prevenção e no cuidado. Esse é um passo importante para posicionar o Brasil como produtor de tecnologia de saúde de classe mundial, e não apenas como consumidor”, destaca Jorge Andrade, diretor de TI da Hapvida.
Sobre o CEREIA
O Centro de Referência em Inteligência Artificial em Saúde desenvolve modelos e processos proprietários de IA com foco em aplicabilidade clínica, escalabilidade e impacto positivo para pacientes e sistemas de saúde.
“O CEREIA tem potencial para redefinir a forma como prevenimos doenças e desenvolvemos tratamentos, combinando ciência de ponta, dados em larga escala e inteligência artificial para antecipar riscos, personalizar cuidados e acelerar descobertas que beneficiem milhões de pessoas no Brasil e no mundo”, afirma Candido Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da Hapvida.
A iniciativa reúne esforços do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), além da Fapesp.