De acordo com um levantamento global da Zoho o setor de Saúde é um dos que possui os menores níveis de conscientização sobre segurança digital, com 25%, ficando atrás apenas do setor de Finanças, com 17%, tornando os vulneráveis a ataques cibernéticos.
Em entrevista ao Saúde Digital News Rafael Kenji, CEO da HealthAngels Venture Builder, destacou a importância da segurança no uso da Inteligência Artificial (IA) no setor de saúde, especialmente no tratamento de dados sensíveis. Ele mencionou que menos de 50% dos hospitais brasileiros estão preparados para lidar adequadamente com dados em saúde, que vão além da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), incluindo informações altamente sensíveis, como prontuários médicos. Rafael ressaltou que esses dados são de posse exclusiva do paciente, e seu vazamento, especialmente no caso de figuras públicas ou de pessoas com doenças estigmatizantes, pode ter consequências graves.
Ele também abordou o risco de ataques cibernéticos e sequestro de dados, citando o exemplo de casos em que celebridades ou figuras políticas tiveram informações médicas vazadas, o que demonstra a vulnerabilidade das instituições de saúde. Rafael enfatizou a necessidade de aprimorar a criptografia e a tokenização de documentos para proteger os dados, além de criar processos rígidos e protocolos de segurança, como os utilizados na indústria da aviação, que evitam falhas e reduzem riscos.
Por fim, ele destacou que o uso de IA em saúde precisa ser acompanhado de um forte compromisso com a segurança de dados, garantindo que os sistemas estejam preparados para prevenir vazamentos e ataques, principalmente à medida que tecnologias como o 5G tornam a troca de informações ainda mais rápida e frequente.
