A forma como o brasileiro lida com dinheiro revela muito sobre suas prioridades. Enquanto muitos não hesitam em desembolsar quantias consideráveis em itens como um celular de última geração, um par de tênis da moda ou uma refeição sofisticada, a percepção de valor se altera drasticamente quando o assunto é saúde. Uma consulta médica particular, ainda que tenha um custo menor que diversos bens de consumo, frequentemente é vista como um gasto excessivo. Essa contradição nos leva a um questionamento essencial: será que damos à saúde o valor que ela realmente merece?
O desejo por status e pertencimento social influencia fortemente o comportamento do consumidor brasileiro. A publicidade incentiva o consumo imediato, criando uma cultura em que o prazer da compra supera a reflexão sobre necessidades essenciais. No entanto, quando se trata de investir em exames preventivos ou consultas médicas, o discurso muda. O mesmo indivíduo que adquire um smartphone parcelado em doze vezes pode hesitar em pagar uma única consulta médica que poderia evitar um problema de saúde futuro. Essa inversão de prioridades expõe uma visão distorcida sobre o verdadeiro valor da saúde.
A medicina preventiva ainda não ocupa o espaço que deveria na mentalidade da população. É comum que as pessoas procurem um médico apenas quando sentem dor ou quando o problema já compromete significativamente sua qualidade de vida. Essa cultura do “só vou ao médico quando precisar” ignora um princípio fundamental: prevenir é sempre mais eficaz e econômico do que remediar. Doenças crônicas como hipertensão e diabetes poderiam ser diagnosticadas precocemente e controladas antes de se tornarem graves, reduzindo a necessidade de tratamentos caros e prolongados. Mas, a resistência à prevenção persiste, muitas vezes por uma visão equivocada de que cuidar da saúde é um luxo, quando, na verdade, deveria ser uma prioridade.
É inegável que o acesso à saúde particular no Brasil ainda é um desafio para grande parte da população. O sistema público, embora essencial, enfrenta limitações que tornam a espera por atendimento um problema crônico. Por outro lado, os planos de saúde tradicionais nem sempre cabem no orçamento familiar. Diante deste cenário, as clínicas acessíveis surgem como uma alternativa viável e inovadora, oferecendo consultas e exames a preços justos, sem a necessidade de mensalidades. Esse modelo possibilita que mais pessoas tenham acesso a serviços médicos de qualidade, sem longas filas ou altos custos, garantindo um atendimento ágil e eficiente – provando que a saúde particular não precisa ser um privilégio restrito a poucos, mas sim uma opção viável para quem busca cuidar do próprio bem-estar de forma responsável e acessível.
Se compararmos os gastos cotidianos, a discrepância entre o valor atribuído à saúde e a disposição para investir em bens de consumo torna-se evidente. Um par de tênis pode custar cinco vezes o valor de uma consulta médica, mas raramente vemos alguém hesitar em comprá-lo. A pergunta que fica é: o que realmente estamos priorizando? A qualidade de vida tem um valor inestimável, mas exige escolhas conscientes. Investir em saúde não é apenas uma questão financeira, mas uma mudança de mentalidade. Trata-se de compreender que o bem-estar físico e mental deve estar no topo da lista de prioridades.
A saúde não tem preço, mas tem custo, e esse custo pode ser muito mais acessível quando exploramos modelos inovadores de atendimento. É fundamental mudar a percepção de que cuidar da saúde é um gasto supérfluo, pois a prevenção e o acompanhamento médico adequado são os verdadeiros investimentos no futuro. Com opções viáveis disponíveis, não há mais desculpas para postergar o cuidado com o próprio corpo. A pergunta que fica não é “quanto custa uma consulta?”, mas sim “quanto vale a sua saúde?”.
Rafael Teixeira, CEO da Clínica da Cidade.
