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O papel do CFO como estrategista financeiro

por Redação
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Branded content – Com o advento das startups e também com a tecnologia e inovação sendo palavras de ordem dentro das empresas, a função do Chief Financial Officer (CFO) ultrapassou seu tradicional escopo de apenas gerenciar as finanças, como também acompanhar relatórios financeiros, contabilidade e conformidade regulatória.

Hoje, mais do que nunca, o CFO desempenha um papel central na orientação das estratégias e metas de todas as áreas das companhias em direção à maturidade e sustentabilidade do negócio.  Com uma visão holística da organização, esses executivos podem atuar e avaliar as melhores oportunidades de investimento, fusões e aquisições, alocação de recursos sempre com o propósito de identificar quais são as fontes de financiamento mais vantajosas.

No setor da saúde digital não é diferente. Cada vez mais o CFO atua como protagonista nesse processo de crescimento e estabilidade para as organizações, destacando seu impacto em áreas críticas.

Para entendermos melhor a atuação e papel, o CFO da Tuinda Care, startup brasileira criada a partir da iniciativa de dois hospitais referência em pediatria, Hospital Sabará e Hospital Pequeno Príncipe, com o objetivo de aumentar acesso a saúde de qualidade no Brasil por meio da telemedicina, Leandro Bozzolan detalha nessa entrevista, os desafios sobre a função: 

Qual a importância e papel de uma CFO em uma empresa de Saúde Digital?

Acredito que está em alta. Veja que nos últimos anos o papel do CFO evoluiu para atividades muito mais dinâmicas dentro de uma empresa, deixando de ser apenas o profissional responsável por organizar a contabilidade, gerir o caixa e levantar fundos. Esse profissional evoluiu para um cargo estratégico de intermediação com todas as áreas do negócio para avaliar possíveis riscos e fundamentar a evolução das atividades da empresa, desde assuntos regulatórios, passando por questões operacionais, legais e até em como as informações serão apresentadas ao cliente.

Acredito que atualmente o CFO atua como um Business Partner tanto estrategicamente quanto taticamente ele é responsável pela criação de uma base sólida para que uma Startup evolua para outros patamares.

Quais os principais desafios enfrentados? 

Considerando que a Tuinda trabalha com uma tecnologia nova dentro de um mercado ainda em construção, posso dizer que o maior desafio foi ajustar a solução da Tyto Care com o mercado brasileiro. Por exemplo, no início de nossas operações trabalhávamos com a venda do device mais assinatura anual do software. Porém, logo percebemos que o mercado não aceitava muito bem essa modalidade, dessa forma passamos a focar no modelo de locação para o Tyto Pro e criamos a assinatura para o Tyto Home.

Assim, ganhamos eficiência, possibilitando redução de preços sem afetar margens. Como resultado, aumentamos o volume negociado, impulsionando o crescimento orgânico e a base de clientes da empresa.

Outro desafio comum para startups e que vivemos foi conseguir trabalhar com expectativas, já que quando se monta o planejamento a longo prazo se imagina que o crescimento de qualquer empresa será contínuo, porém alguns percalços acontecem principalmente na execução de grandes projetos.  Gerenciar esses obstáculos com os anseios dos investidores, clientes e também com o caixa da Tuinda são desafios bem dinâmicos para uma empresa que busca pelo seu lugar no mercado.

Por enquanto, conseguimos passar e aprender por todos eles, graças a esses desafios ganhamos uma musculatura operacional importante para falarmos com grandes players.

Na sua avaliação, como está a saúde financeira das grandes empresas do setor? 

Operacionalmente aguardamos uma redução, ainda que gradual na sinistralidade das operadoras para os próximos anos, porém essa redução não deve voltar a um patamar de normalidade, como era visto antes da pandemia. Outro ponto é que não acreditamos em um crescimento no volume de exames e internações maiores que em 2023, confirmando o fim da demanda represada.

A queda da taxa Selic deve aliviar um pouco o custo de capital para as empresas do segmento, porém seus fluxos de caixa operacional continuarão pressionados, ainda mais pelo piso salarial da enfermagem, que irá pesar sobre a estrutura de custos, deprimindo margens.

Todos esses fatores contribuem para uma visão neutra do mercado para 2024, porém creio que ainda existem boas oportunidades no mercado para as companhias do setor que procurarem por novos modelos de remuneração e diversificação de portifólio principalmente os que incluem Healthtechs.

E a saúde financeira das startups?

De maneira geral, depois de um ano de muito investimento nas startups em 2021, os dois anos seguintes foram bem desafiadores, o que resultou numa espécie de seleção natural no setor. Acredito que as empresas que conseguiram manter e crescer suas operações nesse período fizeram a lição de casa e redimensionaram seu tamanho, refinaram seu modelo de negócios, revisaram sua estrutura de custos e principalmente readequaram suas perspectivas de crescimento.

Deste modo, entendo que as startups, de maneira geral, apesar de ainda dependerem de seus investidores, estão com uma saúde financeira mais controlada e um crescimento de mercado mais sólido. Espero que com esse ciclo de queda de taxa de juros novas rodadas de investimentos apareçam para acelerar essas strartups que já começam a dar seus primeiros passos sozinhas.

Na sua opinião, como as startups de saúde digital podem contribuir para o crescimento do setor?

Nos últimos anos, um conjunto de fatores especialmente os efeitos da pandemia, envelhecimento populacional e mudanças no mercado de trabalho fez com que o segmento da saúde suplementar sentisse uma forte pressão em seus custos. O setor, contudo, não conseguiu repassar todos esses aumentos para seus usuários, o que consequentemente afetou a qualidade do serviço prestado, implicando diminuição de rede credenciada, por exemplo.

Diversas Healthtechs, incluindo a Tuinda, estão trazendo junto com suas tecnologias a capacidade de geração, armazenamento e gestão de dados em uma proporção nunca vista. Essas empresas são um atalho importante para abraçar a jornada do paciente de ponta-a-ponta, e o mais importante alterar o foco do setor de saúde para prevenção e melhora na qualidade de vida.

Diretamente essa mudança de foco tira uma pressão importante na estrutura de custos das empresas do setor, gerando maior qualidade na prestação de serviços e um NPS mais alto.

Indiretamente conseguimos contribuir com toda cadeia de produção, uma vez que colaboradores mais saudáveis são mais produtivos.

Estamos constantemente melhorando nossa comunicação com o mercado, exibindo o potencial que as empresas de saúde digital, em especial a Tuinda, tem na prevenção e melhoria de qualidade de vida dos pacientes, possibilitando ganhos para economia de maneira geral.

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