As vendas de produtos medicinais à base de cannabis nas farmácias cresceram 122% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados, compilados pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides, a BRcann, foram extraídos da base do IQVIA, consultoria global especializada em auditar o varejo farmacêutico. Em números absolutos foram vendidas 100.653 unidades de produto entre julho a setembro, contra 45.365 unidades em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O ritmo do crescimento nas vendas do varejo demonstra uma nítida ampliação no acesso aos produtos de cannabis medicinal por este importante canal de distribuição que é o varejo. Neste movimento de buscar seus produtos nas farmácias, há ainda uma migração de pacientes que deixaram de optar pela importação e passaram a adquirir produtos que seguem o marco regulatório local”, afirma a presidente executiva da BRcann, Bruna Rocha.
O faturamento da indústria de canabinoides no varejo também apresentou crescimento robusto no terceiro trimestre deste ano. As vendas somaram 39,8 milhões de reais no período. No mesmo intervalo do ano passado, o setor movimentou 18 milhões. A evolução foi de 120%.
No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o crescimento das vendas em unidades foi de 137%, acima da média registrada no semestre. Foram comercializadas 294.1 mil unidades ante 124 mil entre janeiro a setembro de 2022. “Se mantivermos esse ritmo de crescimento no próximo ano, deveremos atingir a marca histórica de 500 mil unidades vendidas no varejo”, pontua Bruna Rocha.
O faturamento do setor também cresceu de forma consistente. As vendas acumuladas entre janeiro a setembro atingiram a marca de 121.2 milhões de reais, enquanto que no mesmo intervalo do ano anterior ficaram em 52,9 milhões, registrando crescimento de 129%.
Preço acessível
O sucesso das vendas de produtos à base de cannabis medicinal nas farmácias se explica em parte pela alta competitividade do setor que hoje conta com mais de 25 autorizações sanitárias e mais de uma dezena de fabricantes disputando a preferência dos médicos prescritores.
O fenômeno produziu uma redução surpreendente no ticket médio destes produtos de 466% em comparação com os primeiros produtos que chegaram ao varejo, ainda em 2019.