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Como as estratégias de gestão podem reduzir os custos elevados dos reajustes anuais dos planos de saúde empresariais?

por Katia De Boer
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O ano de 2024 traz consigo desafios crescentes para o setor de saúde empresarial no Brasil, com o aumento dos custos dos planos de saúde assumindo o centro das atenções. Estimativas indicam que esses planos, representando 72% do mercado nacional, enfrentarão um aumento de até 25% neste ano, um percentual significativamente superior à inflação geral. Essa elevação de custos é impulsionada pela inflação médica estimada em 14% e pela alarmante frequência de sinistros, que atingiu 88% em 2023.

Esses planos – essenciais para a manutenção da saúde e bem-estar dos colaboradores – também estão sob pressão devido aos constantes aumentos nas mensalidades, podendo chegar a 58,94%. Além disso, os custos dos serviços médico-hospitalares continuam em ascensão, evidenciando ainda mais a urgência de estratégias eficazes para garantir a sustentabilidade desse importante benefício. O cenário se torna ainda mais desafiador diante do contexto econômico e demográfico.

Com mais de 50 milhões de beneficiários, os planos empresariais enfrentam o desafio do envelhecimento populacional, que inevitavelmente contribui para o aumento do uso de serviços de saúde. A crescente expectativa de vida implica uma demanda por tratamentos mais prolongados e complexos, elevando ainda mais os custos assistenciais.

Frente a esse panorama, as empresas se veem diante de um dilema complexo: como manter a qualidade dos benefícios oferecidos aos colaboradores sem comprometer a saúde financeira da organização? A busca por soluções estratégicas torna-se, portanto, imperativa, exigindo uma reflexão profunda sobre medidas eficazes para enfrentar esses desafios.

Combate às fraudes e desperdícios como estratégia de redução de custos

As fraudes e os desperdícios têm um impacto direto nos custos dos planos de saúde, contribuindo significativamente para seu encarecimento.

A implementação de medidas rigorosas de controle e fiscalização, aliada a uma cultura organizacional fundamentada na transparência e integridade, pode desempenhar um papel crucial na redução dessas práticas prejudiciais.

As faltas por doença também representam um desafio significativo para as organizações, não apenas em termos de custos financeiros diretos, mas também em relação à produtividade e à continuidade operacional.

Investir em empresas que oferecem suporte na gestão dos benefícios de saúde vai além da simples negociação com os planos. Essas entidades auxiliam na otimização dos benefícios oferecidos e na implementação de programas preventivos, os quais podem reduzir significativamente as faltas por doença.

Tecnologias e gestão eficiente como aliadas na administração dos planos de saúde Nesse contexto, a adoção de tecnologias como Business Intelligence e auditoria médica avançada emerge como uma estratégia promissora.

Ao possibilitar uma análise minuciosa dos dados e um acompanhamento mais preciso das despesas médicas – incluindo o número de consultas, códigos CID frequentemente utilizados por departamento, absenteísmo, entre outros fatores na cadeia de utilização do benefício – essas tecnologias permitem uma administração mais eficiente dos planos de saúde. Isso ocorre por meio de correções de curso ágeis e uma visão em tempo real dos custos e sinistros, promovendo maior previsibilidade e controle.

É importante frisar que para a categoria de planos empresariais corporativos não há uma regra da ANS que regule os reajustes, o que leva a uma variação considerável nos percentuais entre diferentes seguradoras.

Neste segmento, empresas de gestão focadas em soluções 360 em gestão saúde podem otimizar a utilização dos benefícios com cruzamento de dados e a entrega de indicadores preciosos para as empresas fazerem a correta leitura desses dados. Os ganhos vão de produtividade, passando pela redução do absenteísmo, redução de custos desnecessários até a exata previsibilidade de ajustes contratuais futuros com as operadoras de saúde.

Programas preventivos e suporte na gestão dos benefícios de saúde

Além disso, algumas organizações oferecem diferenciais importantes, como ampliar ações de prevenção não só para os colaboradores, mas também para seus familiares, e simplificar processos burocráticos e complexos relacionados ao uso do plano de saúde.

Um exemplo é o programa “Cuidando de Você”, que se destaca pelo atendimento humanizado e pela preocupação tanto com os colaboradores quanto com suas famílias. Esse programa de acolhimento e apoio promove a saúde física e mental dos funcionários, fortalece os laços familiares e cria um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Regulação e legislação: o papel do Projeto de Lei 7419/2006 na transformação do mercado

Diante dos diversos desafios enfrentados, recentemente foi proposto o Projeto de Lei 7419/2006, também conhecido como Lei dos Planos de Saúde, visando modificar a regulação dos planos de saúde no Brasil. Seu objetivo é ampliar a cobertura, aprimorar a qualidade dos serviços e reduzir custos.

O referido projeto está atualmente em análise na Câmara dos Deputados, abordando questões como a criação de planos populares e a regulamentação do uso de genéricos.

A eventual aprovação deste projeto poderia ter um impacto significativo no mercado, proporcionando uma ampliação da cobertura para milhões de brasileiros. Diante disso, é crucial que as empresas acompanhem de perto essas mudanças legislativas, a fim de minimizar possíveis impactos financeiros e garantir o acesso contínuo a serviços de saúde de qualidade para seus colaboradores.

A busca por uma administração eficiente e o compromisso com o bem-estar dos colaboradores

Reconhecemos que não há uma solução única para os desafios enfrentados pelo setor de saúde empresarial. No entanto, as organizações precisam estar abertas ao diálogo e dispostas a explorar novas abordagens e soluções estratégicas.

A busca por uma administração eficiente dos planos de saúde, especialmente os coletivos e empresariais, aliada ao combate às fraudes e desperdícios, é um passo importante nessa jornada. Afinal, a saúde dos colaboradores é um ativo valioso que merece ser protegido e cuidado. Somente assim será possível garantir a sustentabilidade dos planos de saúde empresariais e o bem-estar dos colaboradores a longo prazo.

Katia De Boer, CEO da Safe Care.

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