Nessa quarta-feira,18, ocorreu o primeiro dia do HIS- Healthcare Innovation Show, evento de tecnologia e inovação na saúde. Durante o evento, no estande do Saúde Digital Brasil, Teresa Sacchetta, Diretora de Saúde na InterSystems, discutiu os desafios e soluções relacionados à interoperabilidade na saúde.
De acordo com Teresa, o compartilhamento dos dados pode melhorar a coordenação do cuidado e a segurança do paciente. Ela destacou que o sistema de saúde, tanto público quanto privado, é fragmentado, com informações dispersas em diferentes instituições, o que dificulta uma visão holística do paciente. Para resolver essa questão, muitos países têm investido em grandes sistemas de interoperabilidade, permitindo o compartilhamento de dados entre instituições de saúde.
Países podem ser modelos para o Brasil
Teresa mencionou diversos exemplos internacionais, como a Finlândia, Estônia e Dinamarca, onde os governos investiram em sistemas centralizados que integram dados de pacientes, facilitando o acesso para profissionais e melhorando o cuidado. Além disso, ela apontou que a interoperabilidade traz benefícios financeiros, com exemplos de países que economizaram bilhões de dólares ao reduzir desperdícios e melhorar a eficiência operacional.
Na Finlândia, Teresa explicou que o governo criou uma estrutura de dados centralizada chamada “Kanta”, que permite que pacientes e profissionais de saúde acessem registros médicos, prescrições eletrônicas e outros dados relevantes. Isso resultou em economias substanciais, com 1,3 bilhões de euros poupados em cinco anos devido à automação de processos e à eliminação de desperdícios.
Na Estônia, o sistema é pioneiro e já tem mais de 20 anos. Lá, todos os prestadores de serviços de saúde estão conectados a um banco de dados unificado, o que permite uma melhor precisão nos diagnósticos e um acompanhamento mais eficiente de pacientes com doenças crônicas. Teresa mencionou que, embora o país seja pequeno, eles relatam um rápido retorno sobre o investimento em interoperabilidade, em torno de quatro meses.
Na Dinamarca, o governo também liderou a criação de um portal centralizado, onde cidadãos e profissionais de saúde podem acessar dados de saúde, realizar agendamentos e interagir com prescrições eletrônicas. Esse modelo trouxe uma maior eficiência ao sistema, com redução significativa nos custos administrativos e melhor coordenação dos cuidados.
Ela também mencionou o Reino Unido e os Estados Unidos, onde sistemas de interoperabilidade estão sendo fortalecidos. No Reino Unido, o sistema de saúde (NHS) está investindo bilhões para modernizar e integrar os dados de saúde, enquanto nos Estados Unidos, as Health Information Exchanges (HIEs) permitem que grandes redes regionais compartilhem dados entre si, promovendo uma melhor coordenação do cuidado e gerando insights valiosos sobre a saúde da população.
A executiva também ressaltou que no Brasil o processo está avançando, mas ainda enfrenta desafios, como questões financeiras, culturais e regulatórias. Ela afirmou que, apesar dos custos iniciais, a interoperabilidade é um caminho sem volta e que, uma vez implementada, os benefícios são evidentes, tanto na qualidade do cuidado quanto na economia gerada.
Por fim, Teresa destacou que a interoperabilidade não só melhora a experiência dos profissionais e pacientes, mas também contribui para a segurança, reduzindo erros médicos e aumentando a precisão diagnóstica. Ela concluiu afirmando que o futuro da saúde depende da integração e uso eficiente dos dados para expandir o acesso e melhorar a personalização do cuidado.