Home News Justiça ordena remoção de site que vende atestados sem atendimento médico através de IA, entenda

Justiça ordena remoção de site que vende atestados sem atendimento médico através de IA, entenda

A persistência da plataforma que comercializa atestados médicos fraudulentos é motivo de grande preocupação para a comunidade médica brasileira

por Redação
0 comentário

Atualmente, a internet tem se destacado como uma aliada para o progresso em diversas áreas, proporcionando avanços significativos em comunicação, educação e saúde. No entanto, juntamente com seus benefícios, surgem desafios e dilemas éticos, especialmente quando se trata do uso da tecnologia para práticas ilegais.

Nesse cenário, surge o caso do site alemão “atestadomedico24” ou “Dr Ansay”, que utiliza inteligência artificial para oferecer atestados médicos online de forma “simples, rápida e confiável”, sem a necessidade de consulta médica presencial. Essa prática levanta sérias preocupações quanto à integridade do sistema de saúde e à segurança dos pacientes.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) está na luta contra a emissão irregular desses atestados médicos. Em janeiro, por meio de uma decisão da Justiça Federal, foi determinada a remoção desse site que comercializa atestados médicos falsificados no Brasil por R$29.

Os responsáveis pelo esquema garantem 100% de aceitação por parte dos empregadores, alegando já terem feito 3 milhões de tratamentos médicos online desde 2018, tudo isso mediante um questionário online de apenas 5 minutos. Além de afirmarem que utilizando IA, eles conseguem diagnósticos mais precisos do que em consultas médicas reais e presenciais.

A determinação da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo estabeleceu um prazo de 5 dias para a remoção do site do registro de domínios. No entanto, passados dois meses desde essa decisão judicial, o site persiste ativo na internet, desafiando as autoridades e agravando as preocupações dos médicos brasileiros.

Essa prática de comercializar atestados médicos por meio de inteligência artificial levanta preocupações sobre a segurança do paciente, visto que a ausência de uma avaliação médica de verdade pode resultar em diagnósticos imprecisos e prescrições inadequadas, comprometendo a integridade do sistema de saúde e a confiança na classe médica.

De acordo com o artigo 6° da resolução N° 1.658/2002 do CFM, apenas médicos podem realizar esse tipo de emissão. E somente será aceito o atestado se o médico estiver devidamente habilitado e inscrito no Conselho Regional de Medicina, garantindo assim a segurança do paciente e a confiabilidade dos documentos emitidos.

Além disso, o documento tem de estar na forma prevista pelo Conselho Federal de Medicina e não pode ter nenhum tipo de rasura ou mudança. Se alguma alteração for identificada, a empresa pode entrar com investigação de atestado falso.

Como preencher um atestado médico?

O preenchimento adequado de um atestado médico garante sua validade e legalidade. De acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), existem critérios específicos que devem ser seguidos de como preencher um atestado médico de forma correta.

Antes de tudo, é fundamental que o médico responsável pelo atestado esteja devidamente habilitado e inscrito no Conselho Regional de Medicina (CRM). Além disso, o atestado deve conter informações sobre o estado de saúde do paciente, incluindo o diagnóstico, a data da consulta e o período de afastamento.

No caso de atestados médicos emitidos para motivos de saúde ocupacional, é importante que o documento esteja de acordo com as normas estabelecidas pela legislação trabalhista e previdenciária.

Isso inclui a observância dos prazos de afastamento estabelecidos pela empresa e a descrição detalhada das atividades que o paciente deve evitar durante o período de recuperação.

Além disso, qualquer tipo de rasura ou alteração no atestado pode comprometer sua validade e sujeitar o médico emitente a sanções disciplinares. Portanto, é fundamental que o preenchimento do documento seja feito de forma cuidadosa e legível.

Quais as consequências de um atestado falso?

Segundo o Código Penal, quem fornecer documento falso pode incorrer no crime de estelionato (art. 171), falsidade ideológica (art. 299) e de falsificação de documento (arts. 297 e 298).

Profissionais de saúde que associam seus nomes a atestados médicos fraudulentos enfrentam sérios riscos, tanto do ponto de vista legal quanto ético. As consequências éticas incluem possíveis sanções disciplinares por parte dos conselhos de classe e danos à reputação profissional.

Os impactos econômicos potenciais para as empresas diante da falsificação de atestados médicos também são significativos, podendo incluir perdas financeiras, danos à reputação e até mesmo processos judiciais.

Mas além das implicações legais e éticas para os profissionais de saúde envolvidos na emissão irregular de atestados médicos, é importante ressaltar os impactos negativos que essa prática pode ter sobre os próprios profissionais que os solicitam.

Quando um profissional solicita um atestado médico fraudulento, sua credibilidade e confiança junto à empresa ou instituição empregadora são prejudicadas. A empresa passa a questionar a veracidade de futuros pedidos de afastamento por motivos de saúde legítimos, criando um ambiente de desconfiança e desvalorização do profissional.

Além disso, atestado falso dá justa causa. E segundo o código penal, quem compra esses atestados falsos, pode incorrer no crime de uso de documento falso (art. 304) tendo uma pena de 1 até 5 anos de reclusão e multa.

Para garantir a emissão adequada de atestados médicos, são necessários critérios éticos e legais rigorosos. É fundamental que os profissionais de saúde atuem dentro dos limites estabelecidos pela legislação, priorizando o bem-estar e a segurança dos pacientes.

Notícias relacionadas

Deixe um comentário

* Ao utilizar este formulário concorda com o armazenamento e tratamento dos seus dados por este website.

SAÚDE DIGITAL NEWS é um portal de conteúdo jornalísticos para quem quer saber mais sobre tendências, inovações e negócios do mundo da tecnologia aplicada à cadeia de saúde.

Artigos

Últimas notícias

© Copyright 2022 by TI Inside