Em meio à execução de um amplo programa de cortes de custos para reduzir os negócios não lucrativos da empresa, o CEO da Amazon, Andy Jassy, afirmou ao The Wall Street Journal que a gigante varejista continuará investindo em saúde. Pessoas familiarizadas com o assunto disseram ao jornal americano que Jassy tem como meta reduzir despesas e aumentar a lucratividade. Os cortes ocorrem em razão das perdas US$ 3 bilhões da empresa neste ano, depois de registrar lucro líquido de cerca de US$ 33 bilhões em 2021 e US$ 21 bilhões em 2020.
Um dos negócios que o varejista está fechando é seu serviço de telessaúde, o Amazon Care, que não estará mais disponível após 31 de dezembro. Em um e-mail enviado aos funcionários da Amazon Health Services em 24 de agosto, Neil Lindsay, vice-presidente sênior da Amazon Health Services, disse que “a Amazon Care não é a solução de longo prazo certa para nossos clientes corporativos e decidimos que não vamos mais oferecer o serviço”.
A Amazon Care, lançada em 2019, tem meia dúzia de clientes corporativos, incluindo Hilton, Silicon Labs, Precor e Whole Foods, da Amazon. De acordo com o e-mail, quem trabalha para a Amazon Care terá a chance de migrar para outras área da organização de serviços de saúde ou em outras equipes da Amazon.
A mudança ocorre em grande medida porque o serviço de atendimento virtual falhou ao não fornecer “uma oferta completa o suficiente” para os grandes clientes corporativos da Amazon.
Apesar disso, de acordo com fontes, incursão da empresa na área de saúde é considerada estratégica e lucrativa, e por isso estaria interessada em manter investimentos contínuos no setor. Atualmente, a Amazon negocia a aquisição da empresa de cuidados primários virtuais e presenciais One Medical, por US$ 3,9 bilhões.
O objetivo é combinar a tecnologia e a equipe da One Medical com a Amazon e oferecer uma assistência médica mais conveniente e acessível, presencial e virtualmente, disse a empresa em um comunicado à imprensa. “Há uma imensa oportunidade de tornar a experiência de saúde mais acessível, econômica e até mesmo agradável para pacientes, provedores e pagadores. Estamos ansiosos para inovar e expandir o acesso a serviços de saúde de qualidade juntos”, disse Amir Dan Rubin, CEO da One Medical, em um comunicado à imprensa da empresa.
Se o acordo for aprovado, dará ao varejista uma posição maior na venda de serviços de saúde para os empregadores. Também há especulações de que a Amazon pode não manter o atendimento virtual.