Embora não possua formação médica, minha experiência como CEO de uma rede de clínicas me proporcionou uma visão estratégica sobre a saúde, especialmente no que diz respeito à sustentabilidade do setor. O Brasil enfrenta um desafio enorme: balancear a eficiência econômica e manter a humanização no atendimento. Esse equilíbrio é fundamental para que a prevenção se torne uma prática amplamente acessível, beneficiando tanto os indivíduos, quanto o sistema de saúde como um todo.
Prevenir é sempre melhor do que remediar, especialmente no sistema de saúde. Estudos mostram que tratar doenças em estágios iniciais é muito mais econômico do que lidar com complicações mais graves. Por exemplo, controlar o diabetes logo no início, com medicamentos acessíveis e acompanhamento regular, é uma estratégia simples e eficaz. Já as consequências de um diabetes descontrolado, como insuficiência renal, podem levar a internações frequentes e tratamentos caros, como a hemodiálise, gerando custos elevados tanto aos SUS quanto para os planos de saúde.
Mas vale lembrar, que não basta falar de prevenção sem abordar a questão do acesso. Muitos brasileiros ainda encontram barreiras financeiras e logísticas para obter atendimento médico. Não é à toa que modelos de clínicas acessíveis têm se tornado vital neste contexto, auxiliando na democratização do acesso à saúde e garantindo que a prevenção seja uma opção viável.
Ou seja, essas instituições ajudam a aliviar a pressão sobre o sistema público reduzindo a sinistralidade nos planos de saúde privados, criando condições favoráveis para investimentos em infraestrutura e inovação. Por exemplo, quando uma grande empresa aposta em programas de prevenção para seus colaboradores, como campanhas de vacinação ou rastreamento de doenças crônicas, ela não só diminui as ausências no trabalho, mas também contribui para a redução da demanda por tratamentos emergenciais.
Essa abordagem integrada também potencializa a produtividade econômica do país. Pesquisas indicam que populações saudáveis são mais produtivas, resultando em uma diminuição dos custos indiretos para empresas e governos. Portanto, o impacto sistêmico da saúde preventiva é um dos caminhos mais sustentáveis para o desenvolvimento nacional.
Por fim, a prevenção não se resume apenas a aspectos financeiros, mas também à humanização. Um atendimento acessível e empático gera confiança, fortalece a relação entre profissionais de saúde e pacientes, promovendo um cuidado contínuo. Mais do que uma estratégia inteligente, a prevenção é um caminho para construir um sistema de saúde mais equitativo, eficiente e verdadeiramente humano.
Rafael Teixeira, CEO da Clínica da Cidade.
