As soluções digitais estão redefinindo as regras do jogo em todos os setores da economia e as empresas que querem se destacar precisam abraçar essa revolução. No setor da saúde, a aceleração tecnológica, a inteligência artificial (IA) e o design thinking desempenham um papel fundamental na criação de experiências personalizadas para os clientes e no impulsionamento do crescimento dos negócios.
Cada vez mais os clientes do setor de saúde cobram das empresas a hiper personalização dos serviços e atendimento. Por meio da IA generativa e do uso apropriado do grande volume de dados, tanto as empresas do setor já consagradas quanto as chamadas healthtechs estão atuando intensamente para que a experiência do cliente e o custo-benefício dos serviços de saúde sejam competitivos desde a contratação dos serviços até o atendimento.
Segundo pesquisa da McKinsey & Company, os clientes estão dispostos a compartilharem dados se isso representar uma melhor experiência no uso dos serviços. Em troca dos dados, os usuários esperam ser tratados de forma individualizada: 71% esperam interações personalizadas, enquanto 76% ficam frustrados quando isso não acontece. O uso de IA para satisfazer essa demanda pode fortalecer as empresas não só na percepção sobre inovação, mas também na otimização de custos para atendimento.
Um levantamento desenvolvido pela Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil mostra que o número de healthtechs brasileiras cresceu mais de 16% nos últimos 3 anos. De acordo com outra pesquisa, divulgada pela consultoria Distrito, aponta que o número de empresas voltadas para saúde quase dobrou nos últimos quatro anos. Os estudos mostram que o setor está aquecido e continua gerando muitas oportunidades para inovações. Três startups brasileiras foram pela primeira vez listadas entre as 150 healthtechs mais promissoras do mundo, ranking divulgado pela empresa de pesquisas CB Insights.
Por meio de aplicativos, plataformas online e uso de sistemas de gestão, as empresas de saúde podem proporcionar um atendimento mais ágil e acessível para os clientes. A telemedicina tem sido o serviço que mais cresce dentro do setor, além de facilidades como agendamento de consultas online, acesso a resultados de exames e notificações personalizadas, de acordo com o perfil do usuário. Tais vantagens podem construir uma nova relação do cliente com o setor e fortalecer a fidelidade às marcas das empresas de saúde.
Indo ainda mais a fundo, a inteligência artificial e a análise de dados também são recursos poderosos para as empresas que desejam identificar tendências e prever as necessidades futuras dos clientes. Com algoritmos de IA, as companhias podem analisar grandes volumes de dados e obter insights valiosos sobre usuários para oferecer recomendações personalizadas e até direcionar o desenvolvimento de produtos e serviços sob medida.
Seguindo esse caminho, o uso do design thinking como ferramenta essencial da área de desenvolvimento contribui para garantir que os clientes sejam o centro da elaboração de novos produtos e serviços. Ao entender as necessidades, desejos e dores dos clientes, as empresas podem ofertar pacotes de soluções de acordo com suas demandas particulares. No setor da saúde, o design thinking pode ajudar a criar interfaces intuitivas para aplicativos, facilitando a navegação e aumentando a adesão dos usuários.
A adoção, da cultura e da prática, da transformação digital pode abrir portas para muitas oportunidades no setor da saúde, que ainda opera deixando muitas lacunas na prestação de serviços. Romper com os modelos tradicionais do setor pode resultar na criação de um novo patamar de excelência na indústria, além do ganho de competitividade para as próprias empresas.
A inovação tecnológica, a inteligência artificial, o design thinking e a cultura voltada à transformação digital são pilares que sustentarão o futuro do setor, cada vez mais voltado não só para a satisfação do cliente, mas para o desafio de surpreendê-lo, antecipando suas necessidades, resolvendo questões que podem aparecer durante os atendimentos e ofertando serviços que façam sentido para a jornada de cada um dos usuários para manter a saúde em dia.
*Anthoniel Pereira é executivo de contas no setor de saúde e seguros da Tivit.