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Registro eletrônico dos pacientes avança, mas 18% das Unidades Básicas de Saúde não tem acesso à Internet

por Redação
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Entre as UBS (Unidades Básicas de Saúde) que estão conectadas no Brasil, 78% contam com sistemas de registro eletrônico de informação de pacientes – um aumento de 9 pontos percentuais em relação ao ano anterior. No país, 3,5 mil (9%) das UBS ainda não possuem computadores, e 7,2 mil (18%) não contam com acesso à Internet. É o que aponta da pesquisa TIC Saúde 2019, divulgada hoje (21 de julho) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

De acordo com a 7ª edição da pesquisa, houve um avanço na forma como as informações sobre os pacientes são armazenadas nesses estabelecimentos: o percentual de UBS que mantém registros apenas em papel (25%, em 2019) se reduziu, enquanto o percentual das UBS que mantém os registros tanto em papel quanto em formato eletrônico aumentou, passando de 35%, em 2018, para 59%, em 2019.

Apesar do avanço na informatização das UBS conectadas, os serviços on-line oferecidos aos pacientes ainda possuem espaço para crescer no país: apenas 23% disponibilizam agendamento de consultas pela Internet, 20% a marcação de exames e 22% disponibilizam a visualização de resultados on-line.

“Ainda que o cenário nessas unidades de saúde tenha apresentado melhoras, existe uma parcela significativa de UBS sem computador e sem acesso à Internet. Isso é bastante relevante em um momento em que enfrentamos a pandemia COVID-19 e precisamos, mais do que nunca, que esses estabelecimentos estejam informatizados e conectados, de forma que possam contribuir com informações atualizadas para o controle e combate à doença”, pontua Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Quando considerado o conjunto total de estabelecimentos de saúde entrevistados pela TIC Saúde 2019, a pesquisa aponta que, em 2019, 92% dos estabelecimentos públicos tinham computador e 85% possuíam acesso à Internet, enquanto 100% dos privados declararam ter acesso à rede. O estudo também mostrou que ainda existem diferenças regionais na infraestrutura TIC disponível nos estabelecimentos: nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, 92% e 90% fazem uso do computador e 82% e 83% possuem acesso à Internet. A presença de computadores e Internet é maior nos estabelecimentos da região Sul (98% tem computador e 98% tem acesso à Internet), Sudeste (96% tem computador e 95% tem acesso à Internet) e Centro-Oeste (97% tem computador e 95% tem acesso à Internet).

Registro eletrônico em saúde

A TIC Saúde 2019 indica maior adoção dos sistemas eletrônicos de registro de informação dos pacientes por parte dos estabelecimentos de saúde (82% em 2019, ante 73% em 2018), número que chega a 74% entre os públicos e 88% entre os privados. Neste indicador também foram verificadas disparidades entre as regiões: Norte (74%), Nordeste (77%) e Centro-Oeste (78%) apresentaram o menor percentual de estabelecimentos com sistemas de registro eletrônico. Esse número sobe para 90% nas regiões Sul e para 83% no Sudeste.

O aumento da adoção de sistemas eletrônicos nos estabelecimentos públicos foi acompanhado por maior disponibilidade de dados do paciente neste formato. Informações relacionadas a dados cadastrais, principais motivos que levaram o paciente ao atendimento, diagnósticos, vacinas administradas, alergias e sinais vitais estavam disponíveis eletronicamente em mais de 60% dos estabelecimentos públicos.

Serviços on-line para os cidadãos

A pesquisa ainda mostra que os serviços on-line mais disponibilizados aos pacientes pelos estabelecimentos de saúde foram agendamento de consultas (24%), agendamento de exames (23%) e visualização de resultados (27%). Destacam-se, neste indicador, os estabelecimentos de serviço e apoio à diagnose e terapia, dos quais 39% disponibilizavam agendamento de exames e 60% permitiam a visualização de resultados de exames via Internet.

“Da perspectiva do cidadão, os serviços on-line são facilitadores importantes, especialmente em um período de pandemia, pois permitem que procedimentos simples como um agendamento de exame ou consulta de resultado sejam feitos pela Internet, evitando que as pessoas precisem se deslocar para ter acesso a essas informações”, ressalta Barbosa.

“Os dados apresentados pela TIC Saúde são de extrema relevância para o desenho e o monitoramento de políticas públicas que contribuam para o desenvolvimento da Internet no país, mais especificamente que contribuam para ampliar a informatização e conexão aos estabelecimentos de saúde brasileiros e aprimorar os serviços e atendimentos on-line já oferecidos”, complementa Maximiliano Martinhão, coordenador do CGI.br.

Telessaúde

Os estabelecimentos públicos realizaram serviços de telessaúde em maiores proporções. Os serviços que estavam disponíveis em maior percentual de estabelecimentos foram: educação a distância em saúde (33% nos públicos contra 8% nos privados) e serviços de teleconsultoria (28% nos públicos contra 3% nos privados). As consultas entre médico e paciente realizadas unicamente pela Internet ainda não haviam sido regulamentadas na ocasião em que os dados da pesquisa TIC Saúde 2019 foram coletados.

Segurança dos dados

A pesquisa mostrou, ainda, que apenas 16% dos estabelecimentos públicos e 44% dos privados afirmaram possuir uma política de segurança dos dados. Entre as ferramentas de segurança mais utilizadas, tanto nos estabelecimentos públicos quanto privados, estão: antivírus (83% dos públicos e 98% dos privados), proteção via senha do acesso ao sistema (72% dos públicos e 82% dos privados) e firewall (44% dos públicos e 59% dos privados). Os estabelecimentos públicos apresentam ferramentas de segurança mais sofisticadas em menores proporções, como é o caso de criptografia de dados (27% dos públicos e 44% dos privados), certificado digital (16% dos públicos e 57% dos privados) e assinatura eletrônica (15% dos públicos e 51% dos privados). Estes resultados demonstram que a maioria dos estabelecimentos públicos ainda precisa realizar mudanças e adaptações para se adequarem às exigências previstas pela Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor em 2021.

Sobre a pesquisa

Em sua 7ª edição, a pesquisa TIC Saúde tem o objetivo de investigar a adoção das TIC nos estabelecimentos de saúde e sua apropriação por profissionais de saúde (médicos e enfermeiros). A pesquisa entrevistou, entre julho e novembro de 2019, 2.427 gestores de estabelecimentos de saúde localizados em todo o território nacional. Também foram entrevistados, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, 1.732 médicos e 2.458 enfermeiros vinculados a estes estabelecimentos.

A TIC Saúde segue referenciais de organismos internacionais como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Além disso, conta com o apoio institucional e técnico do Ministério da Saúde e do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (CONASS), além da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e de especialistas vinculados a importantes universidades.

Acesse a lista completa de indicadores em https://cetic.br/pt/pesquisa/saude/indicadores/

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