A gigante norte-americana dos testes genéticos 23andMe recebeu uma autorização do FDA (Food and Drug Administration) que permitirá orientar os clientes de seus relatórios de farmacogenética em direção a medicamentos para o tratamento de duas doenças cardíacas e depressivas.
A decisão do FDA atualiza uma aprovação de 2018 que permitiu à 23andMe vender um teste para variantes em vários genes que poderiam influenciar a metabolização de certos medicamentos, mas a 23andMe teve que alertar os consumidores para não usar os medicamentos sem testes independentes adicionais. Agora ela pode sugerir dois medicamentos se seu teste revelar que seriam uma boa opção para o tratamento, embora ainda incentive os usuários a consultar provedores de saúde antes de fazer alterações em seus tratamentos.
As empresas de testes genéticos estão se concentrando em como seus testes podem alimentar a medicina personalizada. Seus relatórios farmacogenéticos pode ajudar os pacientes a entender como eles reagiriam a certos tratamentos – o que poderia ajudar os médicos a escolher as terapias mais adequadas. E a recente liberação do FDA pode aumentar o valor desses relatórios, pois estudos que mostram que há uma concordância de 99% entre o teste 23andMe e os métodos tradicionais de sequenciamento.
De acordo com uma pesquisa Stanford Medicine de 2020, os médicos estão preocupados com a utilização de exames genéticos: 44% dos médicos norte-americanos acham que o exame genético para riscos à saúde é “muito benéfico” para seus pacientes, mas apenas cerca de metade (21%) se sente “muito preparado” para usá-lo em sua prática,. E estudos em práticas médicas mostraram que os médicos não têm conhecimento sobre farmacogenética, o que pode torná-los cautelosos quanto a depender desse tipo de relatório.