quinta-feira, novembro 21, 2024
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Fusões, tecnologia e ampliação do atendimento nortearão a saúde neste ano

por Vinicius Brum
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O uso intensivo de tecnologia e a união de empresas devem se tornar os temas mais importantes do setor de saúde neste ano. Uma das tendências para o segmento é a sua consolidação por meio de fusões e aquisições, tanto em relação à verticalização na cadeia quanto a players locais adquiridos por grandes grupos, que visam sinergias e ganhos de escala. Esses movimentos são importantes para o mercado, visto que as companhias têm de enfrentar desafios como, por exemplo, cuidar das pessoas que ainda têm dificuldade de acesso à saúde de qualidade e operar em condições econômicas adversas a uma escala de demanda mais atraente no setor, um cenário que se agrava com o envelhecimento da população e o aumento dos custos médicos.

Há o desafio de se reinventar em prol da identificação e implementação de novos modelos e de alternativas para a otimização dos recursos, visando a ampliação do acesso a saúde com preços acessíveis. Para isso, as organizações precisam buscar maior eficiência, melhorando processos e intensificando o uso de tecnologia, além de investir na medicina preventiva e aprimorar o relacionamento entre operadoras e prestadoras de saúde.

Investimentos em tecnologia e inovação seguem crescentes, e as organizações tendem a buscar cada vez mais a integração dos dados do setor para otimizar processos e melhorar a tomada de decisões. A tecnologia abre portas para o surgimento e crescimento das healthtechs, startups que usam a tecnologia para criar soluções e, assim, ampliam a concorrência no mercado, modernizam o setor e derrubam ainda mais barreiras de entrada.

Além disso, é preciso lembrar que ferramentas tecnológicas podem impactar o setor este ano:

— aplicação do big data, por exemplo, para armazenar e tratar a quantidade massiva de dados epidemiológicos, de pacientes e de beneficiários de planos de saúde;

— inteligência artificial (IA) na gestão das demandas, na formação das escalas de trabalho de hospitais e laboratórios, nos processos de precificação, nas análises de risco por parte das operadoras de saúde e nas análises de variabilidade entre condutas médicas;

— investimentos em realidade aumentada, IoT (internet das coisas) e aprimoramento da telemedicina para serem adotados em conduta/assistência médica;

— iniciativas e ferramentas de segurança cibernética.

Hoje, para amenizar as dores do setor, diversas soluções gerenciais mostram-se promissoras e com potencial de geração de resultados, como, por exemplo, gestão do ciclo da receita (foco em hospitais); melhoria da rentabilidade (hospitais e laboratórios); gestão da sinistralidade (operadoras de saúde); otimização de gastos; jornada do paciente com foco no perfil do cliente e sua experiência de atendimento; e people analytics para turnover e absenteísmo (hospitais e laboratórios). Nesses casos, gestão mais tecnologia é um diferencial.

Por fim, vale ressaltar a busca por novos modelos de remuneração, e o foco na medicina preventiva, de forma a reduzir a sinistralidade e os custos totais com saúde. Muitas dessas tendências e desafios, se fazem presentes em nível global. Mas a particularidade no Brasil é que, assim como muitos outros países em desenvolvimento, a parcela da população que ainda tem dificuldades de acesso a saúde de qualidade é bastante expressiva.

*Vinicius Brum é diretor da unidade de negócios da Falconi, que fornece soluções para as áreas de saúde, educação, saneamento e serviços públicos.

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