O avanço tecnológico vem apresentando novas possibilidades de como encarar o cuidado com o paciente antes mesmo do surgimento de qualquer enfermidade. Nesse contexto, a medicina 4P surge com o objetivo de ser mais preditiva, preventiva, participativa e personalizada. Contudo, apesar do termo existir há mais de 20 anos, a materialização desse tipo de abordagem ainda era algo distante da realidade — até o ano passado.
“Há muito tempo se fala sobre a medicina 4P, mas ela só é viável com o emprego da tecnologia e da telemedicina”, aponta Eduardo Cordioli, médico e head de Inovação da Docway, fornecedora de soluções de saúde digital. “Para ela existir, o paciente precisa ter acesso a um sistema computacional com alto potencial de conexão a múltiplos gadgets capazes de transferir informação de maneira simultânea para uma mesma torre”, explica.
Para atingir o modelo ideal de tráfego de dados e armazenamento de informações, o 5G e as novas tecnologias de conexão, que começaram a chegar ao Brasil apenas no ano passado, são essenciais. “Com a medicina 4P e o auxílio do 5G, médicos e pacientes poderão trocar informações em tempo real e de maneira mais fidedigna, por conta da velocidade de transmissão de dados e estabilidade da conexão”, diz.
Segundo Cordioli, o caminho para a efetivação do método é: 1) dar acesso; 2) colher dados; 3) gerar insights; e 4) formar políticas de saúde que atendam cada vez mais pessoas de forma igualitária. “O objetivo é gerar insights para que o paciente, de dentro de casa, receba uma informação ativa sobre sua saúde. A partir desses dados personalizados, a inteligência artificial é capaz de sugerir ao médico os melhores caminhos de conduta. Assim, o médico pode analisar e apontar a melhor solução. Lembrando que o profissional da saúde sempre terá a palavra final, pois a medicina não é uma ciência exata”, completa.