A Cisco do Brasil anunciou acordo de colaboração com o InovaHC, Centro de Inovação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). O objetivo é promover e acelerar a inovação e a transformação digital no setor de saúde pública no país. A iniciativa faz parte do programa de aceleração digital da Cisco, Brasil Digital e Inclusivo (BDI), e do programa Saúde Conectada do InovaHC.
O programa Saúde Conectada visa transformar os serviços de saúde por meio do uso de tecnologias digitais emergentes, colocando o ser humano – pacientes e médicos – no centro desta transformação. Trata-se da construção de novo conceito, focado na prevenção e no acompanhamento da jornada do paciente ao longo da sua vida, e na otimização do sistema de saúde e das operações hospitalares. Além do forte impacto para a qualidade de vida dos brasileiros, o uso da tecnologia tem papel essencial para a redução e efetividade dos gastos públicos com a saúde.
O projeto contará com diversas iniciativas voltadas para a digitalização dos ambientes hospitalares (UTI e Enfermaria) e assistência remota e inteligente de pacientes. A primeira ação da parceria é a concepção e desenvolvimento de uma plataforma digital para monitoramento, acompanhamento e assistência remota de pacientes crônicos, através do uso de tecnologias de colaboração, internet das coisas (IoT), dispositivos vestíveis (wearables) e inteligência artificial. A ideia nasceu durante a crise gerada pela pandemia da Covid-19 e da necessidade de acompanhar e monitorar pacientes críticos, durante a internação e após o seu retorno ao ambiente domiciliar.
A parceria, baseada no conceito de inovação aberta e colaborativa, também tem o objetivo de servir como catalisador para reflexões e definições de políticas públicas para a expansão e transformação digital da saúde, com a participação dos principais atores e ecossistemas de inovação no país.
A área da saúde é um dos pilares do programa Brasil Digital e Inclusivo da Cisco, e a parceria com o InovaHC é fundamental para impulsionar a digitalização em um dos setores-chave do país. A melhoria e a modernização dos serviços de saúde e a otimização da operação hospitalar são grandes desafios para o sistema nacional de saúde nos próximos anos.
Doenças crônicas precisam de atenção especial
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são a principal causa de morte e de adoecimento no mundo e representam uma grande carga para os sistemas de saúde devido a seu crescente custo. Considerando apenas a hipertensão, diabetes e obesidade, estima-se que foram gastos R$ 3,45 bilhões pelo SUS em 2018 (1).
O monitoramento e acompanhamento contínuo de toda a jornada do paciente, antes, durante e após as interações com o sistema de saúde, criará um modelo de prevenção e controle das doenças crônicas, com impacto positivo na vida das pessoas e otimização dos gastos públicos com a saúde.
“O foco do InovaHC é buscar alternativas para criar e aplicar tecnologias inovadoras para contribuir com a sociedade. Paralelamente, a parceria com a Cisco nos coloca em um patamar de vanguarda com o desenvolvimento de soluções pioneiras que vão melhorar a qualidade de vida da população”, explica Marco Bego, diretor do InovaHC.
“A Cisco está comprometida com a transformação digital do Brasil há mais de 25 anos e acredita que a modernização da saúde pública é fundamental para um futuro melhor e mais inclusivo para o País”, destaca Rodrigo Uchoa, diretor de Digitalização da Cisco do Brasil. “As tecnologias digitais já estão impactando profundamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas, e foram fundamentais na manutenção e continuidade dos serviços de saúde durante a crise da Covid-19. Nos próximos anos, veremos ainda mais transformações a partir do nosso aprendizado durante a pandemia, com a explosão de dispositivos IoT, a chegada das redes 5G e a maturidade de plataformas e modelos baseados em inteligência artificial”, completa.
(1) Nilson EAF, Andrade RCS, Brito DA, Oliveira ML. Custos atribuíveis a obesidade, hipertensão e diabetes no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2018. Rev Panam Salud Publica. 2020;44:e32. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.32