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Sociedade Brasileira de Radioterapia se manifesta sobre fila para diagnóstico em São Paulo no tratamento do câncer

por Redação
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A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) vê com preocupação os dados levantados via lei de acesso à informação que identificou que a fila para diagnóstico aumentou quase 15% no estado de São Paulo em 2023, em relação ao ano anterior. Mais de 2,2 milhões de pessoas estão na espera por exame (445 mil na capital).  Os exames que mais têm fila de espera são ultrassom transvaginal, ultrassom de abdômen, ecocardiografia, colonoscopia e mamografia.

A fila para realização destes exames, em especial a colonoscopia e mamografia, que são essenciais para o rastreamento, respectivamente, de câncer colorretal e câncer de mama, dois dos tipos mais incidentes na população brasileira, pode resultar na descoberta da doença em fase mais avançada, o que aumenta a complexidade do tratamento e reduz as chances de cura.

Quando o câncer é diagnosticado em fase inicial de seu desenvolvimento, as chances de cura superam os 90%. Para ilustrar o impacto do atraso ocasionado pelas longas filas para diagnóstico, destacamos três entre muitos possíveis exemplos: câncer de próstata, mama e colo do útero. No primeiro caso, quando o câncer de próstata é descoberto logo no início, o paciente pode ser tratado com radioterapia isolada, sem necessidade de associar bloqueio hormonal. Além disso, a radioterapia, quando diagnosticado no início, pode, em alguns casos específicos, ser feita em apenas cinco aplicações, um número bem inferior às 20 a 38 aplicações, que é o convencional. Com isso, a necessidade de deslocamento para as sessões de radioterapia é reduzida de 4 a 8 vezes.

No câncer de mama, quando o tumor é diagnosticado no início, a radioterapia é feita com um volume menor e restrito à região da mama, sem atingir a axila, sendo assim um tratamento menos agressivo, com menos efeito colateral. As pacientes com câncer de colo do útero – o tumor ginecológico mais comum no Brasil – também sofrem com o impacto da fila para diagnosticado. A radioterapia para câncer de colo do útero é uma das mais prevalentes no Sistema Único de Saúde (SUS).

Cerca de 60 a 70% dos pacientes com diagnóstico de câncer recebem a indicação de radioterapia durante o seu planejamento de tratamento. A SBRT levantou junto à base DataSUS, quantos procedimentos de radioterapia foram realizados entre 2008 e 2022 e comparou com a incidência de câncer neste período (e de quantos destes pacientes necessitariam de radioterapia). A SBRT identificou, a partir desta análise, que, nesses 15 anos, a demanda pelo serviço na rede pública foi estimada em 2,8 milhões de pacientes, mas apenas 1,7 milhão receberam o tratamento de fato. Portanto, mais de 1 milhão de pacientes, com indicação, não tiveram acesso à radioterapia. Essa ausência de tratamento foi responsável diretamente por cerca de 110 mil mortes neste período, que teriam sido evitadas caso o tratamento tivesse sido oferecido.

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