Para a Biome, a melhor forma de encontrar soluções para problemas complexos na área da saúde é por meio de uma abordagem colaborativa, envolvendo todos os agentes do setor. O hub iniciou um projeto para entender quais os principais desafios no atendimento da hidradenite supurativa (HS) no país. Agora, a frente consolida os resultados desse trabalho – que em 2023 rendeu ao hub uma publicação científica internacional e a participação no prêmio Servdes 2023 – e quer usar seus feitos para mostrar como as frentes de inovação podem melhorar a jornada do paciente no sistema de saúde.
A metodologia utilizada pela Biome para conduzir esse tipo de trabalho envolve um processo linear, que se inicia com o mapeamento da jornada do paciente – no caso da hidradenite supurativa, por exemplo, buscaram entender quais são os principais desafios e oportunidades para tratamento da doença no Brasil. Na sequência, foram promovidos workshops com os principais especialistas do setor de saúde, visando a delimitação de soluções para o problema. Esse trabalho levou à conclusão de que era necessário elaborar qual seria a especificação de um centro de excelência para atendimento da doença, o que foi feito em cocriação com médicos líderes de opinião de todo o Brasil.
“Nosso objetivo é desenvolver e escalar soluções de alto impacto. Portanto, os benefícios gerados pelo nosso trabalho não são apenas voltados para ajudar um hospital pontualmente, mas para serem expandidos para o maior número possível de pessoas no ecossistema de saúde”, explica Márcio Ramos, Diretor de Dados, Digital e Inovação. Segundo Márcio, o trabalho em torno da hidradenite supurativa exemplifica como o hub tem utilizado o design de serviço e a inovação para promover melhorias no setor de saúde, construir um elo entre todos os stakeholders e impactar positivamente todos os envolvidos na cadeia de saúde.
“Diversos setores têm se beneficiado com o design de serviço, a partir de uma compreensão de que apenas a oferta de um produto não se sustenta sem uma boa experiência do consumidor. Na área da saúde, isso é muito mais complexo, já que falamos em ‘jornada do paciente’. Como ter acesso ao remédio ou tratamento mais adequado se, em muitos casos, a pessoa não sabe nem mesmo qual especialista consultar para identificar seu problema? Não só o acesso ao tratamento precisa melhorar, mas todo o caminho percorrido”, defende.
A colaboração é outro aspecto essencial do modelo de trabalho adotado pelo hub. Os workshops, além de reunir especialistas da área médica, contam com a presença de profissionais das áreas de UX, produto, marketing e pesquisa. “Nós acreditamos que a abordagem multidisciplinar é o melhor caminho para o desenvolvimento de soluções realmente completas para os problemas que queremos endereçar. A cocriação está no cerne do ‘modo de fazer’ da Biome”, complementa.
Trabalho em conjunto levou à idealização de um centro de excelência inédito
Um dos resultados conquistados por meio da cocriação foi a idealização de como um centro de excelência no atendimento da hidradenite supurativa deve ser estruturado. Ao todo, foram elencadas 10 categorias de requisitos para a construção desses espaços, contemplando desde o onboarding dos pacientes, até as especificações da infraestrutura do local e ações para combater o diagnóstico tardio.
“Encaramos nosso estudo como um ponto de partida para a área da saúde. Mais do que contribuir com o desenvolvimento de um modelo terapêutico em si, consideramos ele fundamental para mostrar que é essencial pensar a saúde de forma colaborativa. As soluções geradas são inovadoras, mas o nosso modo de trabalho também é – e esse é o diferencial da Biome”, argumenta Ericles Bellei, líder de design de serviço do projeto.
