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Covid estimula participação de empresas brasileiras na pesquisa clínica mundial

por Redação
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Em 2020, em resposta à situação de urgência que todo o mundo estava enfrentando, os centros de pesquisa e polos científicos de todos os países empenharam-se em estudar e desenvolver medidas para combater o avanço do novo coronavírus. Se antes demoravam-se anos para a produção de vacinas seguras, em poucos meses alguns países já estavam produzindo imunizantes contra o vírus da covid-19, graças ao empenho massivo de muitos cientistas, somado ao avanço tecnológico e os altos investimentos realizados nas pesquisas.

Contudo, com todas as perdas advindas da pandemia, o mundo percebeu a importância e os benefícios dos investimentos massivos em ciência e pesquisa, além de abrir espaço de oportunidades para empresas brasileiras que passaram a atrair a atenção de indústrias farmacêuticas mundiais que precisam desenvolver estudos em países com elevado índice de heterogeneidade étnica, com excelente infraestrutura técnico-científica e profissionais de saúde preparados, como o Brasil.

“É de grande importância que os entraves que atrasam as aprovações das pesquisas sejam solucionados, uma vez que existe um mercado com grande potencial de exploração”, disse Fernando de Rezende Francisco, gerente executivo da Abraco (Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica), que reúne empresas que prestam serviços de pesquisa clínica e atuam como grandes facilitadoras dos processos burocráticos que envolvem a aprovação e divulgação das pesquisas realizadas no país.

Francisco ressalta que o Brasil se mostrou um dos países com potencial de desenvolvimento da vacina, com as pesquisas clínicas sobre a aplicação, distribuição e produção de autoria do Instituto Butantan, que desenvolveu a Coronavac. Em questão de eficácia, a vacina apresentava 50,38% menos chances de uma pessoa contrair a doença. E, ainda que contraísse, havia 78% de chance de não ser necessário qualquer atendimento médico e 100% de certeza de que a enfermidade não iria agravar. “Isso mostra o grande potencial que o Brasil tem no âmbito da pesquisa clínica e porque não dizer que apontamos para uma direção do protagonismo global”, diz o gerente executivo da Abraco.

Além da CoronaVac, o Brasil também autorizou a aplicação dos imunizantes Pfizer, Atrazeneca e Jansen, desenvolvidos na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, respectivamente. Além dessas, também foram desenvolvidas as vacinas Sputnik V, Sinopharm, Moderna e Covaxin.

Essa corrida por imunizantes refletiu no Brasil. Durante o período de pandemia, o país participou de cerca de 3,85% dos estudos relacionados à covid-19 no mundo, enquanto sua participação histórica nos estudos globais de todas as áreas terapêuticas está em torno de tímidos 2,0%. Caso os trâmites burocráticos para análise e aprovação de estudos clínicos no país sejam mais céleres, sem deixarem de ser rigorosos do ponto de vista ético e sanitário, a tendência é que esse número continue crescendo pelos próximos anos, com auxílio inclusive do setor privado.

Segundo a Interfarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) esse avanço pode resultar no ganho anual de R$ 2 bilhões em investimentos, beneficiando mais de 55 mil pacientes no país, que ocupa hoje apenas a discreta 25ª posição no ranking mundial de pesquisas clínicas.

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