Autonomia, acessibilidade e mobilidade. Essas três palavras permeiam o universo do trabalho de diferentes profissionais envolvidos na busca pela qualidade de vida de pacientes que sofrem algum tipo de limitação nos movimentos. Entre eles estão terapeutas ocupacionais, que buscam promover saúde e bem-estar de quem enfrenta, por exemplo, problemas físicos. Nesta sexta-feira (27), Dia Mundial da Terapia Ocupacional, vale destacar que sem esses atores o desenvolvimento de tecnologias para pessoas com mobilidade reduzida não seria efetivo.
Ver uma pessoa utilizando próteses, órteses ou cadeiras de rodas em ambientes como supermercado, farmácia, ou mesmo em meio às suas rotinas sociais e laborais, não nos revela o caminho que esses pacientes trilham para conseguir executar as atividades diárias, em meio às restrições que enfrentam. Mas os desafios existem e, para isso, é importante o trabalho de pessoas de diferentes áreas do conhecimento. Existe uma gama de estudos, tecnologias e trabalhos de profissionais capacitados para que um paciente possa se adaptar aos equipamentos desenvolvidos para melhorar sua mobilidade.
Precisamos ter a consciência de que somente uma ideia para o desenvolvimento da tecnologia de uma nova prótese, por exemplo, não é o suficiente. Daquilo que se pretende desenvolver, deve partir também uma série de estudos feitos por empresas e especialistas envolvidos do setor de produção e pesquisa desses equipamentos de mobilidade, como é o caso do trabalho da Ottobock, até a implementação desta ideia. Para colocar essa questão em prática, vários profissionais precisam estar empenhados até que os protótipos do equipamento sejam criados e, a partir deles, os produtos definitivos sejam testados e lançados pelo setor empresarial, para enfim chegarem aos utilizadores.
Mas o caminho ainda é longo até que a pessoa consiga utilizar a prótese com independência. O trabalho dessas empresas precisa estar ligado com o de diversos outros especialistas, como médicos, fisioterapeutas, psicólogos e o próprio terapeuta ocupacional. Uma equipe multidisciplinar é necessária para que o paciente evolua no seu tratamento e englobe à sua rotina o fato de utilizar um novo equipamento no corpo.
Neste cenário, o terapeuta ocupacional torna-se um pivô na devolução da mobilidade para as pessoas que utilizam alguma tecnologia. Por meio do trabalho deste profissional, pacientes conseguem a reabilitação, prevenção e tratamento. Segundo o site do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), a área de trabalho destes profissionais envolve projetos específicos focados em pacientes portadores de alguma alteração cognitiva, psicoativa, perceptiva psicomotora e psicossocial, que podem envolver ou não distúrbios genéticos, traumáticos ou doenças que foram adquiridas.
Percebe-se que os pacientes com alguma dificuldade de andar, por exemplo, e que precisam utilizar equipamentos de alta tecnologia, dependem do acompanhamento e do conhecimento desses profissionais. Sem isso, equipamentos avançados não teriam o efeito esperado pelas pessoas que dele necessitam. Por meio das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores da área, com foco no paciente e em suas especificidades, o tratamento e a adaptação ao uso de próteses, órteses ou cadeiras de rodas pode evoluir de forma satisfatória.
É claro que os desafios para adaptações sempre vão existir. Mas com profissionais desta e de outras áreas, capazes de planejar e aplicar ideias de forma responsável e com olhar no futuro do paciente, as pessoas que precisam da tecnologia podem confiar na melhoria de sua mobilidade, dia após dia, em busca de qualidade de vida e independência em seus afazeres.
Thomas Pfleghar, diretor de academy da Ottobock na América Latina