A IBM e cientistas da Universidade de Nottingham estão lançando um estudo para tratar a tuberculose (TB), uma das doenças mais mortais do mundo, através da iniciativa World Community Grid. Espera-se que centenas de milhares de voluntários possam doar recursos de computação para ajudar neste esforço facilitado pela empresa
O novo projeto ” Help Stop TB” da IBM World Community Grid irá modelar aspectos do comportamento das bactérias da tuberculose para entender melhor suas potenciais vulnerabilidades que novos medicamentos um dia possam explorar. Voluntários fornecerão o poder de processamento em seus dispositivos que não estão sendo usados, para executar os milhões de cálculos necessários para estas simulações. Dessa maneira um supercomputador virtual pode estudar a doença e fornecer resultados significativamente mais rápidos, além de alcançar melhores resultados do que depender de recursos computacionais convencionais normalmente disponíveis para os pesquisadores.
A tuberculose (TB) tem atormentado os seres humanos há milhares de anos. Aproximadamente um terço da população humana do mundo abriga TB hoje e 1,5 milhão de pessoas morreram com ela em 2014, o que levou a Organização Mundial de Saúde a classificar TB, juntamente com HIV, como a doença infecciosa mais mortal do mundo.
A dra. Anna Croft, pesquisadora líder do projeto de ”Ajuda para Parar a TB” e professora associada da Faculdade de Engenharia da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, diz que “a minha equipa vai usar a World Community Grid para ajudar a ciência a entender melhor a bactéria da tuberculose, para que possamos desenvolver tratamentos mais eficazes, e, eventualmente, erradicar essa ameaça para a saúde humana”.
Apesar de várias drogas e uma vacina parcialmente eficaz terem sido desenvolvidas para ajudar a combater a TB, a bactéria pode evoluir para resistir a medicamentos disponíveis, particularmente quando os pacientes interrompem ou descontinuam o tratamento, o que geralmente ocorre quando eles não têm acesso consistente aos medicamentos e cuidados médicos. Cerca de metade dos casos na Europa são agora resistentes a pelo menos a um fármaco e 4% de todos os casos em todo o mundo são resistentes a regimes de tratamento que combinam drogas. Pacientes com HIV com sistemas imunitários enfraquecidos são especialmente vulneráveis à TB.
A World Community Grid foi criada em 2004 pela IBM como parte de seu programa de cidadania voltada para a inovação. Hospedado em tecnologia de nuvem SoftLayer da IBM, facilita enormes quantidades de processamento computacional totalmente gratuito para os cientistas, aproveitando o tempo de ciclo excedente de computadores dos voluntários e dispositivos Android em todo o mundo. O poder combinado disponível na World Community Grid criou um dos supercomputadores virtuais mais poderosos e rápidos do planeta.
“Graças ao poder computacional maciça da World Community Grid, podemos estudar muitas estruturas de ácidos micólicos diferentes em vez de apenas alguns,” diz a dra. Croft. “Este tipo de análise e esta escala, de outra forma, não seria possível.”
Mais de três milhões de computadores e dispositivos móveis usados por quase 750 mil pessoas no mundo e 470 instituições de 80 países contribuíram com o poder de supercomputação virtual que têm alimentado mais de duas dezenas de projetos vitais na World Community Grid ao longo dos últimos 11 anos.
Desde o início do programa, ela permitiu avanços científicos importantes em áreas como pesquisa do câncer, tratamentos de Aids, mapeamento genético, energia solar e preservação do ecossistema. Muitos desses esforços não poderiam nem mesmo ter sido tentados sem o poder de supercomputação gratuito fornecido pela IBM World Community Grid. Ele é gerenciado pela Berkeley Open Infrastructure for Network Computing (BOINC), uma plataforma de código aberto desenvolvido na Universidade da Califórnia, em Berkeley, com o apoio da National Science Foundation.