segunda-feira, março 31, 2025
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Saúde Mental vs Inteligência Artificial: o desafio corporativo da década

por Cleide Cavalcante
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Nos próximos anos, as empresas devem enfrentar um desafio significativo e a saúde mental dos colaboradores e a Inteligência Emocional se tornam fundamentais para o sucesso de um negócio. Este cenário é impulsionado por mudanças geracionais e pela crescente presença da IA, além da necessidade urgente de manter o lado humano das corporações.

O fato é que a IA está transformando muito radicalmente, e na mesma proporção de velocidade, a forma como trabalhamos, introduzindo eficiência, principalmente, mas também desafios para este equilíbrio emocional. Isso porque, apesar dessas ferramentas diminuírem o tempo aplicado em processos como contratação e folha de pagamento e reduzir o tempo gasto em tarefas operacionais significativas, ela também requer treinamento para conservar habilidades humanas, como o pensamento crítico – extremamente importante para as companhias. Esse insight é apoiado por um estudo da Gallup, que mostra que equipes com mais inteligência emocional podem ver uma melhoria de até 22% em produtividade. Isso é especialmente importante no Brasil, em que o estresse no trabalho é um problema para 67% dos trabalhadores, segundo dados do relatório “People at Work 2023: A Global Workforce View”, do ADP Research.

Nesse cenário, há a necessidade de as empresas não apenas adotarem tecnologias avançadas, mas também cultivarem um ambiente que priorize o bem-estar psicológico dos colaboradores, afinal, “máquinas não podem mover nossos corações”, como diz o empresário e investidor Jack Ma. E o mercado concorda: relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) sugerem que ter saúde mental e suporte emocional apropriados no local de trabalho pode reduzir as taxas de afastamento por doença em até 28%, gerando um impacto direto na economia da empresa. Além disso, com a estimativa de que o estresse ocupacional afeta 1 em cada 4 trabalhadores europeus, a importância de iniciativas dessa natureza se torna ainda mais premente.

Ao examinar o panorama quantitativo, a McKinsey relatou que investir em programas de saúde mental pode resultar em retornos financeiros consideráveis. Isso porque cada dólar gasto nessas áreas resulta em um retorno de quatro dólares na forma de ganhos indiretos, incluindo aumento na produtividade e diminuição do absenteísmo. Já a Deloitte, em suas análises, destacou esta tendência afirmando que as gerações emergentes, como a Geração Alpha, que hoje ainda está se formando, já cresceram imersas no mundo digital e estarão cada vez mais inclinadas a procurar por ambientes de trabalho que unem inovação e empatia.

Essa entrada de novas gerações no mercado de trabalho traz expectativas e valores distintos. As gerações mais jovens exigem transparência, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oferecem uma perspectiva mais sensível à saúde mental. Essa geração exige qualidade de vida e isto faz com que as empresas reavaliem suas políticas, adaptando-se para fornecer apoio psicológico e um ambiente inclusivo que priorize o bem-estar mental.

Por isso, precisamos enxergar a tecnologia como uma ferramenta de avanço humano – e não um substituto -, criando a fundação para ambientes profissionais eficazes e enriquecedores. Organizações que priorizam essas qualidades criam um espaço onde a criatividade, a colaboração e o engajamento prosperam. A previsão é que a IA venha não para substituir os trabalhadores, mas para ser uma aliada, potencializando habilidades. O desafio é treinar colaboradores para melhor interação com essa inovação. E, nesse processo está a necessidade de fomentar um diálogo contínuo e integrar a dimensão emocional na cultura organizacional.

Com todos esses insights e dados à disposição, é claro que enquanto as empresas continuam a embarcar na revolução tecnológica, elas também devem, acima de tudo, equilibrar essa viagem considerando a saúde mental e a inteligência emocional como pilares robustos que manterão seus times coesos e suas estratégias eficazes. Assim, essas qualidades – inconfundivelmente humanas – permanecem inestimáveis e devem nortear os novos padrões de engajamento e produtividade.

Planteando as bases para um ambiente saudável e adaptável, as companhias estarão não apenas preparadas para enfrentar os desafios futuros, mas também equipadas para liderar com visão e empatia. Abordar saúde mental e inteligência emocional não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma responsabilidade social e econômica. Nesse cenário emergente, líderes empresariais são convocados a agir com coragem, garantindo que o equilíbrio entre tecnologia e humanidade continue sendo a bússola que orienta decisões e ações. Assim, o futuro do trabalho se torna não apenas uma corrida por eficiência, mas uma jornada coletiva em direção a um amanhã mais inclusivo e consciente.

Cleide Cavalcante, Gerente de Comunicação da Progic.

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