Diante da escalada da pandemia do novo coronavírus no Brasil, a Petrobras se uniu ao Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) para aumentar a disponibilidade de ventiladores pulmonares mecânicos no país. Com o objetivo de alavancar a produção desses equipamentos no curto prazo, as duas instituições lançaram nesta quinta-feira, 28,, edital público para seleção de projetos dos ventiladores, essenciais ao tratamento de pacientes graves com Covid-19. A intenção é apoiar não só a pesquisa clínica, mas também os processos de registro e fabricação de ventiladores de baixo custo e baixa complexidade, destinados a hospitais públicos de todo país.
O público-alvo do edital são universidades, instituições de ciência & tecnologia e empresas capacitadas tecnicamente a desenvolver os equipamentos. Os interessados deverão inscrever seus projetos na chamada “primeira onda”, no período de 28/05 a 2/06, seguindo as instruções indicadas no edital (https://www.ibp.org.br/chamada-publica-ventiladores-pulmonares/) . “Vamos investir um total de R$ 1 milhão 400 mil nessa iniciativa. Com a chamada voltada para universidades, empresas e instituições de pesquisa de todo país, o objetivo é permitir a participação de um universo maior de desenvolvedores de respiradores”, disse o líder da iniciativa na Petrobras, Luiz Claudio Paschoal.
Para o IBP, esta parceria tem uma importância fundamental e se soma aos esforços da indústria no combate aos impactos da Covid-19. “O IBP aposta na ciência e na colaboração como ações-chave para o futuro, não apenas da indústria, mas em escala global. Participar desse projeto nos motiva a continuar trabalhando e gerando energia para superar essa crise”, afirma Cristina Pinho, secretária-geral do IBP.
Aceleração da produção
O primeiro conjunto de projetos será apoiado na etapa crítica de passagem dos chamados testes in vitro (testes de desempenho com uso de pulmão artificial) para os testes in vivo (com animais e seres humanos). O edital prevê ainda financiamento à produção seriada do primeiro lote de 200 ventiladores (incluindo compra de componentes e montagem). Para essa etapa, só poderão se candidatar projetos já registrados junto à Anvisa ou autorizados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para realização de pesquisa clínica expandida.
“Estamos considerando o custo de R$ 5 mil por ventilador, no modelo de baixa complexidade, contra a média de R$50 mil do equipamento tradicional. Nossa prioridade é ajudar na aceleração dessa produção, tão crítica para o enfrentamento da doença no Brasil”, complementou Luiz Paschoal, da Petrobras.
A iniciativa do edital público partiu da Equipe Científica de Resposta (ECR) da Petrobras, que reúne um time de especialistas da companhia para desenvolver soluções rápidas de base tecnológica no combate ao coronavírus. “O objetivo da ECR é acelerar soluções para ajudar a salvar vidas, seja com projetos internos, seja em parceria com universidades, empresas e instituições, como neste caso. Nesse sentido, o edital é importante para ajudar o Brasil a reduzir o déficit de um equipamento tão fundamental no tratamento da Covid-19, além de contribuir para salvar vidas” comentou Antonio Vicente de Castro, líder da estrutura científica de resposta.
Para a chamada pública, os técnicos da Petrobras estruturaram ainda todo o processo do edital, além de prestarem consultoria na gestão do projeto – com base na experiência adquirida na parceria junto à Coppe-UFRJ, no desenvolvimento de protótipos de ventiladores de baixo custo.
A Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) estão apoiando a iniciativa e participarão da avaliação e seleção dos projetos – em conjunto com o IBP e a Petrobras.