A tendência das empresas de repassar parte dos custos dos planos de saúde aos colaboradores se intensificou em 2025. Segundo dados atualizados da pesquisa da Pipo Saúde, a prática de coparticipação – quando o colaborador contribui com um valor adicional a cada uso do plano – saltou de 52% em 2023 para 65% em 2024 e chegou a 79% em 2025. Como resposta a este cenário, além do aumento na adoção da coparticipação, também cresceu o número de empresas que solicitam contribuição direta na mensalidade dos planos: enquanto 40% das empresas adotavam essa divisão em 2023, o número subiu para 55% em 2024 e atingiu 58% em 2025.
Essa movimentação acontece em um momento em que o setor da saúde passa por transformações relevantes, impactando diretamente o custo de um dos benefícios mais relevantes – e caro – para as empresas: o plano de saúde. Nos últimos anos, operadoras de planos de saúde enfrentaram uma série de prejuízos operacionais. O custo da saúde, impulsionado por mudanças regulatórias, novos padrões de utilização de serviços de saúde e por novas tecnologias, elevou os custos do setor gerando desafios às empresas.
Para Thiago Torres, cofundador e Chief Revenue Officer da Pipo Saúde, as empresas estão buscando alternativas para manter o benefício sem comprometer seu orçamento. “A coparticipação atua como fator moderador, ajudando a reduzir o uso excessivo e fraudes, enquanto a contribuição mensal ajuda a dividir de forma mais equilibrada os aumentos dos custos dos planos”, explica.
A análise dos últimos três anos evidencia uma tendência clara de compartilhamento da conta – variação de 2023 para 2025 de 27 pontos na coparticipação e de 20 pontos na contribuição.
Nos últimos 12 meses, um terço das empresas alterou algum aspecto da oferta do plano de saúde, como a introdução ou ampliação da coparticipação e o downgrade de rede e revisão de coberturas. Medidas como essas, quando bem planejadas e comunicadas, ajudam a preservar a sustentabilidade do benefício sem comprometer a experiência dos colaboradores.
A pesquisa revela que 50% das empresas estão com sinistralidade acima do esperado, o que tem pressionado os custos dos benefícios de saúde, e 14% não sabem como está a sinistralidade da sua apólice.
Respondida por profissionais de RH, a “4ª edição da Pesquisa de Benefícios de Saúde e Bem-Estar”, o mais completo estudo sobre o tema no Brasil, analisou práticas de 573 empresas de 26 segmentos diferentes, representando um universo de 900 mil colaboradores, e revela como as organizações estão adaptando as suas estratégias de benefícios para enfrentar os desafios de atração e retenção de talentos em 2025.