A farmacêutica EMS lançou os medicamentos Olire e Lirux, primeiros análogos de GLP-1 desenvolvidos e produzidos integralmente no Brasil. Aprovados pela Anvisa, os produtos chegam ao mercado com promessa de ampliar o acesso a tratamentos de obesidade e diabetes tipo 2, com preço até 20% mais acessível em relação às marcas importadas.
Olire é indicado para o tratamento da obesidade, enquanto o Lirux é voltado ao controle do diabetes tipo 2. Ambos utilizam a liraglutida, molécula sintética que imita o hormônio intestinal GLP-1, responsável por promover saciedade, retardar o esvaziamento gástrico e regular os níveis de glicose.
Segundo o médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo, a chegada de um análogo de GLP-1 fabricado no Brasil representa um avanço no acesso e na continuidade do tratamento. “Representa autonomia científica, expansão do acesso e continuidade terapêutica para milhares de pacientes que hoje precisam interromper o tratamento por questões financeiras”, afirma.
A liraglutida já era utilizada no país por meio de medicamentos importados, o que restringia seu uso. Com a produção nacional, a EMS busca ampliar a oferta, especialmente considerando que a obesidade atinge mais da metade da população brasileira, conforme dados da Organização Mundial da Saúde.
A nova opção se soma a outros medicamentos disponíveis no mercado, como semaglutida (Ozempic/Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro). Apesar de exigir aplicação diária, a liraglutida apresenta perfil de segurança e tolerabilidade considerado favorável, além de permitir individualização do tratamento.
Os análogos de GLP-1 são indicados para pacientes com obesidade grau 1 (IMC acima de 30), ou para pessoas com sobrepeso (IMC entre 27 e 29,9) que tenham comorbidades, como hipertensão e diabetes. A substância não é recomendada para pessoas com histórico de pancreatite, câncer medular de tireoide, gestantes, lactantes e crianças sem indicação médica específica.
O lançamento dos medicamentos também abre caminho para novos desenvolvimentos. A EMS planeja lançar, em 2026, uma versão nacional da semaglutida, após a expiração da patente da substância.
“Estamos diante de uma transformação na forma como tratamos a obesidade no Brasil. Com mais acesso, mais ciência e mais responsabilidade, conseguimos não só emagrecer, mas transformar a saúde de verdade”, conclui o Dr. Ronan Araujo.
Siga o Saúde Digital News no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias.