segunda-feira, outubro 14, 2024
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Tecnologias de geolocalização ajudam na distribuição e armazenamento de vacinas contra a Covid-19

por Redação
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Um dos maiores desafios da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil é o planejamento logístico da distribuição, que não envolve apenas o alcance às diferentes regiões do País, mas principalmente o armazenamento correto do produto. De acordo com relatório de 2019 da Associação Internacional de Transporte Aéreo, cerca de 25% das vacinas transportadas no mundo são comprometidas devido à má gestão da temperatura. O relatório estima que os prejuízos ao setor de saúde alcancem US$ 34 bilhões por ano.

Para que as vacinas se mantenham eficazes, uma vez que são muito sensíveis, é necessário mantê-las em uma faixa ideal de temperatura. Além disso, os diferentes tipos de vacinas contra o novo coronavírus possuem seus próprios requisitos de armazenamento. A vacina Pfizer, por exemplo, só pode ser mantida com um freezer ultracold ou gelo seco. Já a da Moderna deve ser mantida congelada, mas as temperaturas padrão do freezer são suficientes. A AstraZeneca, por sua vez, pode ser armazenada em uma geladeira padrão.

Diante desse cenário, o objetivo dos laboratórios e órgãos responsáveis pela distribuição das vacinas é a entrega rápida e com menos perdas. Nesse sentido, tecnologias como o GIS (Sistemas de Informações Geográficas) tornam-se fundamentais, já que podem agregar ao processo a inteligência de localização, fundamental, por exemplo, na categorização da distribuição por tipo da infraestrutura disponível, para que não aconteçam perdas e/ou falta de abastecimento, como a falta de gelo seco disponível no mercado de determinada região. “As empresas que monitoram dados ao vivo em um mapa baseado em GIS podem reagir em tempo real, caso ocorra alguma adversidade no processo”, explica Gabriel Moraes Sales Moura, gerente regional da Imagem Geosistemas, distribuidora oficial da Esri no Brasil. “Os gerentes da cadeia de suprimentos podem redirecionar uma entrega se houver falta de energia no destino planejado ou alertar os transportadores se forem detectadas inconsistências de temperatura em trânsito”, completa.

Segundo o especialista, a tecnologia GIS também pode ser usada na identificação de populações críticas, na formulação alternativas de distribuição em lugares precários, além de fornecer transparência das informações por meio de dashboards (painéis) analíticos em tempo real, conduzindo uma campanha de vacinação eficaz e fortalecendo a confiança do público no processo.

Um dos primeiros locais a fazer uso da tecnologia de geolocalização na campanha de vacinação contra a Covid-19 foi o Condado de Carlton, localizado no estado norte-americano do Minnesota, que já havia testado a tecnologia em campanha de vacinação contra a gripe, em setembro de 2020. O sucesso dessa experiência ajudou a equipe de saúde pública do condado a aprender as melhores maneiras de gerenciar o tráfego de entrada e saída da instalação, como prever quando a demanda pode ser mais alta e mais baixa e como se comunicar melhor com o público, não apenas sobre a existência dos locais de vacinação, mas também para responder a quaisquer perguntas sobre a vacina.

No Brasil, alguns governos já estão considerando o investimento na tecnologia GIS para a campanha. A Imagem Geosistemas revela que está em negociação com alguns órgãos públicos. “Os governos e organizações em todo o mundo devem considerar as tecnologias disponíveis no mercado como aliadas na distribuição da vacina. A inteligência geográfica é a chave para entender para onde as vacinas precisam ir e como fazê-las chegarem lá”, finaliza Moura.

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