O Brasil enfrenta um desafio contínuo com a hipertensão, um problema de saúde que afeta cerca de 27,9% de sua população, conforme indicam os últimos dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), apurados em 2023.
A hipertensão, mais conhecida como pressão alta, aumenta com a idade e é mais prevalente entre mulheres que residem nas capitais brasileiras. Esses dados estabelecem um cenário urgente para o acesso contínuo e eficiente a tratamentos adequados, sublinhando a relevância das tendências de mercado observadas no último ano.
Desempenho das vendas de medicamentos para hipertensão
Um levantamento da InterPlayers, hub da saúde e bem-estar, mostra que, o crescimento geral de 2% no acumulado do ano até Março/24 não foi suficiente mudar a tendência de queda de 3% observada nos últimos 12 meses. Esse fenômeno sugere uma complexidade crescente no comportamento de compra e no uso de fármacos no país.
Os dados regionais indicam que São Paulo e Rio de Janeiro, que, juntos, representam cerca de 40% das vendas, , exibiram tendências divergentes. São Paulo observou uma queda de 20% nas vendas no ano=, contrastando com um aumento expressivo no Rio de Janeiro. Essa variação aponta para uma dinâmica de mercado desafiadora e para a necessidade de estratégias ajustadas a cada região.
Ações e implicações
Apesar do alto número de brasileiros diagnosticados com hipertensão, uma parcela considerável da população ainda reluta em aderir ao tratamento medicamentoso. Segundo uma outra pesquisa, da Covitel, pelo menos 12,5% dos adultos diagnosticados e que necessitam de medicamentos para hipertensão não seguem o tratamento prescrito. Essa resistência é ainda mais acentuada entre os jovens de 18 a 24 anos, atingindo alarmantes 46% deste grupo.
Esse fenômeno aponta para um desafio emergente na saúde pública, especialmente considerando que a hipertensão já afeta um grande número de adultos brasileiros.
“A conscientização sobre a hipertensão e a adesão ao tratamento são críticas para a saúde pública. Nesse cenário, as variações nas vendas refletem não apenas questões econômicas e de mercado, mas também os desafios que os pacientes enfrentam para manter o tratamento contínuo”, explica Ilo Aragão, de Data e Analytics da ECS.