A Fix it, startup que desenvolve soluções que auxiliam no procedimento de fraturas e na recuperação de casos pós-cirúrgicos, lançou um serviço de planejamento cirúrgico que visa apoiar os médicos em cirurgias eletivas ortopédicas. O procedimento, chamado Plan It, imprime o osso 3D em tamanho real, para que o cirurgião possa planejar a cirurgia com antecedência.
Segundo a empresa, com o modelo do osso similar ao real os riscos para o paciente tornam-se menores, pois o tempo total da cirurgia pode ser reduzido em até 50%. Além disso, existe uma redução dos custos para a equipe médica, hospital e também para o paciente.
De acordo com o CEO da Fix it, Felipe Neves, essa é uma transformação digital no mercado ortopédico, uma vez que conecta impressoras ao serviço de saúde junto ao paciente. “A partir da impressão 3D, é possível materializar as estruturas que foram lesionadas e planejar de forma mais eficaz o tamanho de placa ou parafuso que serão usados, e a partir dessas informações definir o posicionamento das peças e saber quais incisões serão feitas”, explica.
Por meio da plataforma da empresa, as imagens obtidas na ressonância ou tomografia são recepcionadas pelo sistema da Fix it e transformadas em um arquivo G Code, linguagem de programação padrão para a maioria das impressoras 3D. Com o arquivo em mãos, o cirurgião realiza a impressão do osso em tamanho real e inicia seu planejamento. Isso dá aos médicos a oportunidade de antecipar possíveis complicações, reduzindo significativamente os riscos de dificuldades antes, durante e depois da cirurgia.
Foi assim que o ortopedista Leandro Ejnisman, junto à sua equipe, obtiveram sucesso em um caso complexo no qual um paciente de 17 anos, devido a uma sequela grave de infecção no quadril, necessitava de uma prótese total. “Justamente por conta da sequela, o quadril tinha uma anatomia muito alterada. Resolvemos usar o Plan it para saber o que iríamos encontrar durante a cirurgia, já que não é fácil entender apenas pelos meios convencionais como radiografia e tomografia”, explica Ejnisman.
Com o apoio da Fix it, a equipe usou a tomografia do paciente para imprimir uma réplica da bacia e do fêmur dele, para que pudessem entender quais seriam as deformidades encontradas durante a cirurgia. “O mais interessante é que conseguimos operar esse modelo que foi impresso. Então, fizemos a colocação de prótese de quadril nesse modelo e todo esse processo foi muito condizente com a cirurgia real”, finaliza o ortopedista.