Principal instrumento de acesso a medicamentos no país, os genéricos, com base nos indicadores do primeiro semestre, seguem se mantendo no posto de segmento que mais cresce na indústria farmacêutica brasileira. Levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, revela que as vendas desses produtos cresceram 3,67% nos primeiros seis meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados compilados pela PróGenéricos foram extraídos da base do IQVIA, instituto que é referência global no monitoramento dos indicadores da indústria. Entre janeiro e junho deste ano foram comercializadas 979,4 milhões de unidades de medicamentos genéricos frente 944,7 milhões no mesmo período do ano anterior.
As vendas de genéricos da indústria para o varejo movimentaram R$ 8,8 bilhões no primeiro semestre, o que representa um desempenho 16,5% superior ao verificado no mesmo período de 2022, quando registraram R$ 7,5 bilhões. “Os genéricos seguem apresentando um crescimento ininterrupto, desde que chegou ao mercado, em 1999. E o segmento continua contribuindo a modernização e expansão dos negócios de diversas empresas que ampliaram sua atuação, marcando presença em segmentos inovadores e de maior complexidade como é o caso dos biossimilares”, afirma o presidente executivo da PróGenéricos, Tiago de Moraes Vicente.
Ao comparar o desempenho dos genéricos em relação ao mercado total no período, verifica-se que os genéricos cresceram 3,7%, enquanto o restante da indústria apresentou retração de 0,65% em unidades comercializadas. Ao se excluir os genéricos, a performance do restante do mercado foi de queda de 2,97%.
Participação de mercado
O market share do segmento segue evoluindo com consistência. A participação dos genéricos nas vendas totais do setor atingiram a marca inédita de 36,6% das vendas em unidades no primeiro semestre.
Mesmo em um cenário de crescimento apertado das vendas da indústria nos últimos meses, a participação dos genéricos no mercado total de medicamentos apresentou um salto de três pontos percentuais quando observamos a fatia do segmento no mesmo período de 2019, que era de 33,6%.
Os números referentes à participação do segmento em mercados específicos como os de medicamentos de uso crônico são ainda mais surpreendentes. Os genéricos detém 74% de participação nas vendas de medicamentos para hipertensão, 80,7% entre os produtos para colesterol e 27,6% entre os medicamentos para o controle da diabetes.
Paciente busca economia
A economia gerada pelos genéricos aos pacientes que optaram pela compra de produtos da categoria, por sua vez, cravou a marca de 19,6 bilhões de reais entre janeiro e junho deste ano, uma evolução de 14,15% em relação à ao primeiro semestre do ano passado, que foi de 17.2 bilhões.
“Esses números validam e certificam os genéricos não apenas como um negócio que deu certo, mas como política pública de acesso bem-sucedida”, destaca Vicente. Desde que chegaram ao mercado, em 1999, os genéricos já proporcionaram uma economia total de R$ 260 bilhões.
Com preços no mínimo 35% mais baratos que os produtos de referência, de acordo com a legislação que regula o mercado, os genéricos podem custar até 60% mais em conta, a depender das negociações comerciais entre indústria e varejo.
Para a PróGenéricos. O setor deve fechar o ano com crescimento de 7% a 8% em unidades comercializadas em relação ao resultado de 2022. “Se houver uma melhora no ambiente econômico mais intensa do que a prevista, podemos avançar ainda mais”, avalia Vicente.