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Caminhos para ampliar o acesso à saúde na América Latina

por Rafael Palombini
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O foco na abrangência de olhar os objetivos é sempre uma escolha quando se avalia caminhos para avançar no acesso à saúde, especialmente quando falamos de uma região complexa, com diferentes geografias e necessidades como a América Latina. Aspectos importantes foram revelados durante a pandemia, alguns, inclusive, agravados por ela.

O que temos a fazer daqui para a frente é atuar de forma conjunta e incessante para vencer as barreiras que se colocam entre as mais avançadas tecnologias disponíveis para a saúde e o acesso nem sempre disponibilizado aos que mais precisam delas.

A Organização Panamericana da Saúde (Opas) indica o caminho a seguir para a saúde na América Latina com um direcionamento holístico envolvendo todas as partes interessadas, estabelecendo um elo desde o paciente, governo até comunidades, organizações não governamentais e entidades privadas do setor de saúde.

Assim, quero destacar alguns itens abordados para lembrar que é sobre eles que precisamos concentrar os esforços:

  • É imperativo construir sistemas de saúde resilientes e sustentáveis, tanto para garantir a saúde universal quanto como uma ferramenta para enfrentar emergências de saúde pública atuais e futuras. (PS: tenho escrito muito sobre nosso desejo de contribuir mais ativamente com o crescimento sustentável e seguirei para apoiar mais ações na cadeia neste sentido!)
  • Avançar na Agenda 2030 da ONU e retomar o caminho rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para “garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades” significa avançar rumo à saúde universal.
  • Mecanismos multidimensionais são necessários para esforços de coordenação intersetorial que considerem as diferentes condições sociais para alcançar uma resposta de saúde efetiva, desde uma perspectiva de toda a sociedade até a governamental.
  • Os países precisam de estratégias de ação explícitas para reduzir significativamente as lacunas na saúde. Dessa forma, políticas intersetoriais são necessárias para promover sinergias entre a saúde, a economia e as dimensões social e ambiental, com vistas à equidade. Abordar os determinantes sociais dessa área requer sistemas de proteção social universais, integrais e sustentáveis para promover a saúde além das ações assistenciais e curativas.
  • No que diz respeito à tecnologia, para fortalecer os sistemas de saúde é necessário acelerar a transformação digital e fortalecer os sistemas de informação em saúde.
  • Os sistemas de informação devem ser online e interligados, interoperáveis, alinhados com os padrões internacionais e suficientemente desagregados para garantir resultados equitativos e tomada de decisão rápida, o mais informada possível, para não deixar ninguém para trás.
  • Os recursos humanos para a saúde da região requerem governança, liderança, condições e capacidades fortalecidas, uma vez que eles são um fator-chave na evolução dos sistemas de saúde. Isso requer parcerias com as principais partes interessadas, incluindo a academia e o setor privado.
  • Deve-se considerar o desenvolvimento de políticas voltadas para a formação, recrutamento e retenção de recursos humanos para atender às exigências dos sistemas nacionais, visando à universalização da saúde.

Olhando apenas esse resumo da Opas já é possível vislumbrar a complexidade de todas as vertentes que envolvem ampliar o acesso à saúde nos países da região. Como presidente e CEO da GE HealthCare para a América Latina compartilho que atuamos com a visão de operar no centro de um ecossistema que trabalha para trazer mais precisão, segurança, produtividade e eficiência para nosso setor. Em resumo, significa que pretendemos alavancar o acesso à saúde utilizando todos os recursos humanos, científicos e tecnológicos de que dispomos, além de continuar investindo em inovação para avançar ainda mais.

Desde janeiro deste ano a GE HealthCare está oficialmente independente da GE, com o objetivo de se tornar líder no setor de saúde, e a América Latina é importantíssima nessa nova estratégia, considerando que estamos presentes em mais de 30 países da região. Vamos colocar todo nosso know-how tecnológico e científico e estrutura operacional atuante para melhorar as condições de acesso à saúde, ampliando os recursos oferecidos aos pacientes.

Para vencer esse imenso desafio contamos com 3 fábricas, mais de 210 mil equipamentos instalados e mais de 3 mil colaboradores na América Latina. Também vamos usufruir de todos os recursos globais da GE HealthCare, que contabiliza 9.700 engenheiros e cientistas focados em pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo, uma base instalada de mais de 4 milhões de dispositivos médicos e mais de 200 aplicativos de software que impulsionam os avanços nas informações clínicas. E apenas nesse 2023, introduzimos mais de 40 novas soluções ao nosso mercado, incluindo equipamentos que – vale mencionar – utilizam menos energia, hélio e reduzem o tempo dos exames, com qualidade e eficiência superior.
Sim, nós queremos crescer, no entanto também temos o compromisso de alcançar resultados a partir de práticas que envolvem a governança ambiental, social e corporativa, o tão falado ESG que já faz parte do nosso cotidiano em todas as frentes de atuação. Dentro desses parâmetros de gestão, reformulamos os nossos negócios na região e a GE HealthCare passou de fornecedora de equipamentos a parceira de saúde. Queremos construir as respostas de forma coletiva, ouvindo o problema diretamente do cliente.

Esse novo direcionamento nos permite atuar de forma ainda mais integrada, oferecendo soluções personalizadas para apoiar um crescimento sustentável que traga uma contribuição ainda mais significativa para a saúde na América Latina. Seja otimizando processos, aumentando a utilização dos equipamentos ou revisitando o fluxo operacional. Temos opções que se convertem em incontáveis modelos de parceria.

Quando tudo é urgente, realmente é difícil definir prioridades, mas governantes e gestores precisam saber por onde começar e o que escolher como foco das decisões que vão impactar os resultados. A estratégia da GE HealthCare começa com pessoas, e tudo o mais é desenvolvido a partir delas, com elas e para elas. A tecnologia é apenas o meio que escolhemos como negócio para alcançar o objetivo principal.

Ao colocar as pessoas no centro de todas as decisões, podemos avançar em todas as vertentes que se mostram essenciais para o acesso aos sistemas de saúde mais avançados e de forma igualitária em todas as regiões de cada país. Acredito que tudo começa com parcerias, pessoas qualificadas no campo da ciência, tecnologia e cuidado, ética e governança por parte das entidades públicas e privadas envolvidas e, claro, um avanço significativo na transformação digital.

Muitos colocariam a tecnologia como prioridade considerando que ela permite integração de sistemas, aceleração de descobertas científicas e consideráveis resultados na prevenção e tratamento de doenças. Esses e tantos outros benefícios estão sendo seguidamente comprovados, mas prefiro olhar para as pessoas como prioridade, tanto aquelas que são o objeto final de todo nosso trabalho quanto as centenas de profissionais envolvidos com o atendimento à saúde.

Como já afirmei anteriormente, a GE HealthCare marcará um antes e um depois nesse setor da América Latina a partir de parcerias de sucesso: criando um mundo onde o cuidado com a saúde não tenha limites.

Agora que você conhece um pouco do que penso, me responda: para você, o que é vital para ampliar o acesso à Saúde em nossa região?

*Rafael Palombini é CEO da GE HealthCare para América Latina.

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