quinta-feira, março 28, 2024
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IBGE divulga distribuição de UTIs, respiradores, médicos e enfermeiros

por Redação
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O IBGE divulgou, nesta quinta-feira, 7, a distribuição de leitos de UTIs (unidades de terapia intensiva), respiradores, médicos e enfermeiros por unidades da federação e regiões consideradas referências em atendimento de saúde de baixa e média complexidade. Os dados são de 2019 e foram gerados em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para contribuir com as ações de enfrentamento à Covid-19.

O levantamento partiu do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 2019 (DataSUS), que reúne as redes pública e privada, e das Informações de Deslocamento para Serviços de Saúde 2018, cujos dados foram antecipados pelo IBGE.

No hotsite também está disponível a distribuição de idosos e de domicílios adensados, aqueles com mais de três moradores por dormitório, com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 e da publicação Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil 2015. A população que vive nessas condições tem mais chances de contágio e os idosos compõem o grupo de risco da doença provocada pelo novo coronavírus.

Nordeste tem regiões com mais de 200 mil habitantes sem leito de UTI

O Distrito Federal possuía, no ano passado, o maior número de leitos de UTIs do país, fundamentais para o atendimento de pacientes graves com Covid-19. Nas unidades de saúde da capital federal, o índice foi de 30 leitos por 100 mil habitantes. Rio de Janeiro (25), Espírito Santo (20), São Paulo (19) e Paraná (18) são os estados melhores equipados.

Já Roraima apresentou índice de 4 de leitos de UTI, o menor do país. Amapá e Acre (5 leitos), Amazonas e Piauí (7), e o Tocantins, Maranhão e Pará (8) também registraram os menores indicadores.

Referência no atendimento de baixa e média complexidade, Vitória da Conquista, na Bahia, foi a cidade com mais de 500 mil habitantes com o menor índice de leitos de terapia intensiva do país (11). Aliás, estão no Nordeste as regiões com mais de 200 mil habitantes que não têm nenhum leito de UTI, com destaque para regiões do Ceará.

“Os dados mostram, de modo geral, que a desigualdade no país se repete na distribuição de recursos humanos e materiais na saúde. Sudeste e Sul são mais bem equipados que o Norte e Nordeste. Essa diferença também pode ser vista dentro dos próprios estados, como Minas Gerais, em que a distribuição é desigual por regiões”, comentou o coordenador de Geografia e Meio Ambiente do IBGE, Cláudio Stenner.

Norte e Nordeste têm menos respiradores que demais regiões

O cruzamento de dados também revela a distribuição de respiradores, equipamentos que realizam ventilação mecânica em pacientes com dificuldades respiratórias graves, nas unidades de saúde do país. O Distrito Federal lidera com índice de 63 respiradores por 100 mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (42), São Paulo (39), Mato Grosso (38) e Espírito Santo (35).

Estados do Norte e Nordeste são os menos equipados: Amapá (10 respiradores), Piauí (13), Maranhão (13), Alagoas (15) e Acre (16).

Entre as regiões de atendimento de saúde com mais de 500 mil habitantes, Santarém, no Pará, teve índice de 7 respiradores por 100 mil. A região com maior população, mas nenhum registro de respiradores, foi Governador Nunes Freire, no Maranhão, somando 149 mil habitantes.

DF tem a melhor distribuição de médicos do país

Os dados mostram que, em 2019, o Distrito Federal também possuía a melhor distribuição de médicos do país, com 338 profissionais por 100 mil habitantes. Em seguida, vem São Paulo com 260 médicos na mesma comparação. Rio de Janeiro (248), Rio Grande do Sul (244) e Espírito Santo (223) fecham o grupo dos cinco estados com os melhores indicadores.

Por outro lado, os estados com menos médicos estavam concentrados no Norte e no Nordeste. O Maranhão e o Pará registraram os menores indicadores, 81 e 85 médicos por 100 mil habitantes, respectivamente.

Os números também mostram a distribuição de médicos em regiões com mais de 500 mil habitantes que possuem um polo de referência regional nos atendimentos de saúde de média e baixa complexidade. É o caso de Santarém, no Pará, que tem uma população de 786 mil habitantes e índice de somente 58 médicos por 100 mil habitantes. Irecê, na Bahia, vem em seguida com 512 mil habitantes e 60 médicos.

Entre as regiões com mais de 100 mil habitantes, a situação é mais crítica em Capitão Poço e Cametá, ambas no Pará, com índice de 22 médicos, e 24 médicos por 100 mil habitantes.

“O recomendável são 80 médicos generalistas por 100 mil habitantes. Entretanto, esse parâmetro é válido para uma situação de normalidade. Neste momento de pandemia, essa recomendação deve ser relativizada, pois a demanda pelo sistema de saúde é maior”, disse Stenner.

Pará tem o menor índice de enfermeiros por habitantes

A distribuição de enfermeiros também é maior no Distrito Federal. São 198 profissionais por 100 mil habitantes. Tocantins (178), Paraíba (149), São Paulo (143), Rio de Janeiro (140) e Rio Grande do Sul (138) também se destacam na comparação.

O Pará tem o menor índice de enfermeiros: 76. Em seguida estão Alagoas e Goiás, com 101, Sergipe com 102, e Amazonas com 103 profissionais por 100 mil habitantes.

Também está localizada no Pará a região polarizada por uma cidade referência no atendimento regional com o menor índice de enfermeiros entre aquelas com mais de 500 mil habitantes: Marabá tem índice de 65 profissionais por 100 mil habitantes. Além disso, a região de Belém deve ser destacada dada a sua população de 3,6 milhões de pessoas associada a um índice de 84 enfermeiros a cada 100 mil habitantes.

Concentração de idosos é maior no Sul e Sudeste

O IBGE também disponibilizou a distribuição da população com mais de 60 anos no país, de acordo com o Censo 2010, já que os idosos compõem o grupo de risco da doença provocada pelo novo coronavírus. Os estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro possuíam mais de 13% da população nessa faixa etária. Paraíba (12%), Minas Gerais (11,8%), São Paulo (11,6%) e Paraná (11,2%) também têm número maior de idosos. Já o Amapá tinha o menor percentual (5,1%). O Norte, inclusive, era a região com a população mais jovem.

Quando se avalia as grandes concentrações urbanas do país com mais de 1 milhão de habitantes, o Rio de Janeiro (13,3%) e a Baixada Santista (13,2%) tinham os maiores percentuais de população com 60 anos ou mais. Com menor percentual destacava-se Manau (6,0%) e Brasília (7,2%).

Outra preocupação no enfrentamento ao vírus é o número de pessoas que vivem sob o mesmo teto, já que é difícil prover o isolamento interno caso haja contágio. No Brasil, 18,4 milhões de pessoas (9,7% da população) moravam em domicílios com uma densidade de moradores por dormitório superior a três. Essa característica foi mais marcante na região Norte (com exceção de Rondônia e Tocantins) e no estado Maranhão.

“É notável neste indicador as diferenças existentes dentro das cidades, especialmente nas grandes metrópoles. Em áreas de aglomerados subnormais, como em partes da Rocinha, este indicador chega a 19%, contrastando com o percentual de 1,6% em partes de Copacabana, ambos no Rio de Janeiro”, disse Stenner.

As informações estão disponíveis para consulta em mapas interativos do hotsite covid19.ibge.gov.br.

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