sexta-feira, abril 26, 2024
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Relatórios do NIC.br analisam influência da Covid-19 na Internet no Brasil

por Redação
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Os efeitos da pandemia do coronavírus no país não refletem, até o momento, degradação importante da qualidade da Internet no Brasil. É o que apontam os relatórios produzidos pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

São consideradas métricas de qualidade da Internet, como latência (medida de tempo para uma mensagem ir a um destino e voltar); jitter (variação da latência na transmissão sequencial das mensagens); velocidade de download (rapidez com que um arquivo pode ser baixado de um serviço na Internet); velocidade de upload (rapidez com que um arquivo pode ser enviado a um serviço na Internet); e perda de pacotes (percentagem de mensagens enviadas pela rede que não conseguiram chegar ao destino).

Os relatórios tem como base os diversos parâmetros monitorados pelo Sistema de Medição de Tráfego (SIMET), consolidados em nível nacional, regional e por Estado, e são divulgados semanalmente em: http://ceptro.br/publicacoes/.

“A quarentena resultou em um crescente número de videoconferências, além de uma maior demanda da rede para a prestação dos mais diversos tipos de serviços, desde os de entrega (delivery), de entretenimento (streaming de filmes), de comércio eletrônico, serviços públicos, ensino e informação, acarretando um maior tráfego Internet. Esse incremento pode ser visto nas curvas do IX.br (Brasil Internet Exchange), cujo pico diário de tráfego Internet passou de 11 Tb/s”, explica Milton Kaoru Kashiwakura, Diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br.

O primeiro estudo “Influência da Covid-19 na qualidade da Internet no Brasil” traz um panorama de 31 de janeiro a 5 de abril, que inclui medições anteriores ao aparecimento do primeiro caso de Covid-19 no país no dia 26 de fevereiro. Nesse período, foram coletadas 970.676 medições, com uma média diária de 14.712.

Em uma perspectiva nacional, o primeiro relatório destaca uma queda da mediana da velocidade de download, a partir de 18 de março, com queda mais acentuada na semana do dia 23 do mesmo mês, chegando a 10 Mbps de diferença (gráfico 1). Outro ponto que apresentou variação, apontando para uma possível maior demanda da rede, é a latência, com um valor máximo de 4 milissegundos maior que o período anterior à Covid-19 (gráfico 2), após a redução na qualidade dos streamings. A perda de pacotes também apresentou maiores picos durante o período compreendido entre a primeira morte pela Covid-19 e o momento da redução na qualidade dos streamings, aumentando ligeiramente cerca de 0.6%, valor baixo para essa métrica (gráfico 3). “Apesar de variações percebidas durante esse período, não foram identificados problemas sistémicos na rede”, pontua Paulo Kuester, analista de projetos do NIC.br e um dos autores da análise.

O relatório observa ainda que, com a redução preventiva da qualidade de vídeos por parte das maiores empresas de conteúdo, houve uma retomada dos valores de download e latência após o dia 25 de março. “Apesar da melhora, os padrões ainda não atingiram exatamente os mesmos dos registrados antes da pandemia da Covid-19”, explica Kuester.

Panorama regional

Em relação às diferentes regiões do país, não houve um padrão nas oscilações das métricas durante o período analisado, sendo que alguns estados, como Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazonas e o Distrito Federal, não apresentaram mudança de padrão para nenhuma métrica. Porém, outros apresentaram alguma piora em pelo menos uma das categorias. A Bahia, por exemplo, exibiu pequeno aumento de latência para tipos de provedores. O Rio Grande do Sul também apresentou aumento da latência na capital.

O documento também aponta uma melhora na qualidade da Internet em outros estados e cidades, como a capital de São Paulo, que demonstrou um aumento das velocidades de download e upload durante a Covid-19. As regiões Sul e Sudeste mostram melhores valores em todas as métricas de qualidade de Internet, seguidas das regiões Centro-Oeste e Nordeste e, por fim, da região Norte.

“Os dados podem ser usados por gestores públicos, academia e outros atores que têm como foco o desenvolvimento de políticas públicas, especialmente em conectividade, para investigarem possíveis fatores, fomentarem outros estudos e formularem processos de transformação tecnológica nessas regiões ou estados”, finaliza Kuester.

Os relatórios seguintes, que analisam as semanas de 6 a 12/4, e 13 a 20/4 também concluem que o tráfego Internet no país estabilizou nos valores pós redução da qualidade de streaming. Para acessar os documentos na íntegra, visite http://ceptro.br/publicacoes/.

 

 

 

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