O Hospital Moinhos de Vento está capacitando equipes de 10 unidades básicas de saúde de Florianópolis que vão atuar no Estudo de Prevalência do Papilomavírus no Brasil (POP-Brasil). A pesquisa tem como principal objetivo avaliar o impacto da vacinação contra o HPV em todas as regiões do paísl. As pesquisadoras da instituição chegaram na capital catarinense na última terça-feira, 10, e encerram o treinamento dos profissionais da Prefeitura de Florianópolis nesta quinta-feira, 12.
Eles estão sendo capacitados para realizar uma nova edição de coleta de dados e de testagem, no mesmo modelo usado entre 2015 e 2017 — primeira etapa do estudo. As coletas de dados, de sangue e de material genital e anal serão efetuadas mediante entrevistas feitas por profissionais de saúde. As amostras serão utilizadas para testes de anticorpos específicos contra os tipos de HPV incluídos na vacina.
“O objetivo é reproduzir o método e comparar os resultados para avaliar se houve diminuição da prevalência ou persistência da infecção em indivíduos vacinados”, explica a líder do projeto e pesquisadora do Hospital Moinhos de Vento, Eliana Wendland. A médica acrescenta que o estudo é essencial para avaliar e determinar os próximos passos a serem seguidos na vacinação contra o HPV no Brasil.
Em todas as capitais do país, cerca de 15 mil mulheres e homens de 16 a 25 anos serão examinados por meio de coletas feitas nos centros de saúde de cada cidade. O estudo será finalizado em 2023, período previsto para que uma boa parcela de brasileiros desta faixa etária seja analisada antes e após a imunização.
Estudos sobre o HPV
Desde 2015, o Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, lidera um trabalho epidemiológico nacional sobre o HPV, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). A iniciativa busca avaliar o impacto da infecção pelo papilomavírus humano em três estudos: POP-Brasil (avalia a prevalência de HPV nacionalmente, monitorando o impacto da vacinação), SMESH (avalia a prevalência de HPV em populações de alto risco) e STOP-HPV (avalia a associação de HPV e câncer de cabeça e pescoço). Em 2020, o estudo POP-Brasil mostrou que o HPV atinge igualmente todas as classes sociais no país. Os dados mostram prevalência da infecção em 51% da classe A-B, 53% da classe C e 55% da classe D-E.