terça-feira, novembro 12, 2024
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IA ajuda a dimensionar distribuição de ultrassom para diagnóstico de endometriose

por Redação
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A endometriose é uma doença inflamatória crônica relativamente comum que, de acordo com dados da Anvisa, afeta cerca de 10% da população feminina brasileira e ocorre quando o tecido interno do útero começa a crescer fora dele, muitas vezes aderindo a outros órgãos do corpo, causando sintomas como cólicas e infertilidade, entre outros. Nos últimos meses passou a ser notícia nos principais canais do país a dificuldade em diagnosticar o quadro inflamatório em mulheres em idade reprodutiva e a discussão foi provocada pelo depoimento da cantora Anitta, que compartilhou sua experiência de quase dez anos até receber o diagnóstico e iniciar o tratamento apropriado.

O diagnóstico da endometriose geralmente é feito em consulta clínica, com avaliação dos sintomas e exames físicos das pacientes que buscam por atendimento ginecológico. O principal exame realizado para confirmação diagnóstica é a ultrassonografia transvaginal, que deve ser realizada por um médico especializado na detecção dessas lesões. Para dimensionar a atual capacidade do serviço de saúde no Brasil para atendimento e diagnóstico de endometriose, a LifesHub, healthtech que reúne mais de 5 terabytes de dados de saúde em sua plataforma, organizou informações já fornecidas pela Agência Nacional de Saúde (ANS) permitindo a análise da distribuição de equipamentos de ultrassonografia nas regiões brasileiras, do volume de diagnósticos e de procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Distribuição de equipamentos de ultrassom no Brasil

Nos últimos 12 anos, o sistema de saúde pública e particular quase dobrou a quantidade de equipamentos de ultrassom no país. Ao todo, o Brasil possui 47,7 mil equipamentos de ultrassonografia ativos distribuídos conforme tabelas apresentadas a seguir:

Quantidade de equipamentos de ultrassonografia em uso. Fonte: LifesHub

Distribuição de equipamentos de Ultrassom por 1000 habitantes no Brasil. Fonte: LifesHub.

De acordo com esses dados, percebe-se uma diferença acentuada na distribuição dos equipamentos de acordo com as regiões brasileiras, sendo as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul as mais equipadas e a região Norte a que possui a menor quantidade de aparelhos de ultrassom. Analisando Estado a Estado, enquanto o Distrito Federal, Santa Catarina e Rio de Janeiro oferecem uma média aproximada de um equipamento para cada 3 mil habitantes, estados como o Maranhão, Amazonas e Rondônia disponibilizam um equipamento para cada 10 mil habitantes.

Exames diagnósticos por ultrassonografia e procedimentos SUS para endometriose

Números consolidados da realização de exames diagnósticos por ultrassonografia demonstram que há um crescimento na utilização do recurso por parte da população brasileira no período de 2019 a 2022, embora durante o período de distanciamento devido à pandemia de Covid-19, tenha havido uma queda acentuada na busca de atendimentos.

Exames diagnósticos por ultrassom no Brasil. Fonte: LifesHub

Ao todo, na competência 2021 e 2022 foram realizados no Brasil 9,5 milhões de exames diagnósticos por ultrassom. Desses, 274 mil foram ultrassonografias transvaginais, exame mais indicado para identificação da endometriose.

Totalizando os procedimentos relacionados à endometriose realizados pelo SUS, incluindo atendimento ambulatorial, urgência, emergência e cirurgias, é possível perceber uma concentração de atendimentos nas regiões Sudeste e Sul, liderados pela região metropolitana de São Paulo e norte do Paraná.

Procedimentos de endometriose pelo SUS (2021 e 2022). Fonte: LifesHub.

Para o radiologista Ademar Paes Júnior, sócio-fundador da LifesHub, a disponibilidade de equipamentos de diagnóstico por imagem por si só não garante o efetivo atendimento da população em relação ao diagnóstico e tratamento da endometriose, mas ter condições de identificar regiões mais ou menos atendidas, é um grande passo para a melhoria da estrutura do sistema de saúde como um todo. “Conseguir visualizar onde estão as lacunas da saúde no Brasil através de dados confiáveis e estratégicos permite que os gestores de recursos definam seu plano de ação de maneira eficiente e ágil. No final, quem ganha é a população que recebe um serviço mais completo e direcionado às suas necessidades”, complementa o médico.

A empresa de tecnologia sediada em Florianópolis, SC, fornece desde 2019 inteligência estratégica para a tomada de decisão de empresas que atuam na área da saúde em setores como equipamentos, planos de saúde, rede prestadora de serviços entre outros. Com um formato inovador, a plataforma converge mais de 300 fontes do mercado de saúde. O cruzamento de todos esses dados permite realizar a análise de mais de 1,2 milhões de empresas, 3 milhões de profissionais, 78,3 milhões de beneficiários de sistemas de saúde suplementar e 7,5 bilhões de procedimentos anuais, identificando, por exemplo, oportunidades de novos mercados, demandas por equipamentos, tendências de crescimento ou queda no uso dos serviços de saúde com alta assertividade.

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