quarta-feira, janeiro 15, 2025
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Burnout: como a nova classificação da OMS impacta empresas e profissionais?

Burnout: como a nova classificação da OMS impacta empresas e profissionais?

por Priscila Gasparini Fernandes
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Desde a primeira semana deste ano, está em vigor no Brasil a nova Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as principais mudanças, destaca-se a inclusão do burnout como uma condição ocupacional oficialmente reconhecida.

Segundo a agência especializada em saúde, o burnout é um fenômeno causado por estresse crônico no ambiente laboral que não foi gerenciado adequadamente. Isso inclui sintomas como exaustão extrema, despersonalização e redução da eficiência profissional.

Dados recentes reforçam a urgência do tema. Uma pesquisa do International Stress Management Association (ISMA-BR) mostrou que 72% dos brasileiros se sentem estressados no trabalho e 32% sofrem de burnout. Já o estudo da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) apresentou resultados similares, destacando que cerca de 30% das pessoas ocupadas em território nacional sofrem com a doença de ordem mental.

A validação da OMS é um avanço para que o problema seja tratado com seriedade e para que políticas públicas e empresariais sejam implementadas.

Mas como identificar os sinais de burnout?

O esgotamento emocional, a sensação de incapacidade e a perda de motivação são alguns dos principais alertas. Além disso, sintomas físicos, como dores de cabeça, insônia e alterações no apetite, muitas vezes acompanham o quadro. É importante que tanto empresas quanto colaboradores compreendam que ignorar esses sinais pode levar a problemas mais graves, como depressão e ansiedade.

Na Clínica Seu Equilíbrio utilizamos algumas abordagens para ajudar os pacientes com essa condição, como, por exemplo, psicoterapia, exercícios de mindfulness e orientações para ajustes na rotina de trabalho. Sempre ressalto que o objetivo não é apenas tratar os sintomas, mas promover um equilíbrio sustentável entre vida pessoal e profissional. A prevenção é o melhor remédio. Isso pode incluir desde práticas simples, como pausas regulares durante o expediente, até intervenções mais amplas, como reestruturação de equipes e adoção de jornadas mais flexíveis.

Eu mesma me policio no dia a dia para não extrapolar e incluo na minha agenda as atividades de bem-estar que me ajudem a desconectar do ambiente empresarial.

Mas, vejo também que as empresas têm um papel crucial nesse processo. Investir em um ambiente saudável, com lideranças que priorizem o bem-estar das equipes, é fundamental para prevenir o burnout. Afinal, trabalhadores saudáveis são mais engajados e produtivos.

O reconhecimento oficial do burnout pela OMS e sua regulamentação no Brasil são passos importantes, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Acredito que precisamos conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde mental no setor corporativo e garantir que as pessoas recebam o apoio necessário para lidar com essa síndrome.

Priscila Gasparini Fernandes, diretora da Clínica Seu Equilíbrio, psicanalista com especialização em neuropsicologia, além de musicoterapia e psicopedagogia da metodologia Applied Behavior Analysis (ABA).

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