Até o final de 2017, todas as 41,6 mil unidades de atendimento básico do SUS estarão utilizando prontuário eletrônico, que possibilitará o controle das ações de saúde e a melhoria do atendimento ao paciente. A previsão é do representante do Ministério da Saúde, Allan Alves, que participou, nesta terça-feira, 22, de debate no Painel Telebrasil, que acontece em Brasília. Segundo ele, até agora apenas 2,9 mil utilizam o sistema , enquanto outras 7 mil usam soluções privadas de gestão das ações.
Para o final de 2018, a expectativa é de que outros serviços estejam integrado ao sistema eSUS, como o Registro Eletrônico de Saúde e o Conjunto Mínimo de Dados, que suporta informações agregadas e indicadores, para facilitar a gestão e planejamento de políticas públicas. Os recursos destinados ao projeto estão na ordem de R$ 500 milhões. Já nesta quarta-feira, 23, o Ministério da Saúde abrirá o pregão para contratação do repositório nacional das informações dos pacientes em nuvem.
De acordo com Alves, a implantação do programa dependerá de reforço na infraestrutura de rede em diversos municípios e na conectividade de unidades. Mas a dimensão de investimentos nesse setor depende de levantamento, que será concluído no início de dezembro.
Outras iniciativas do governo também contribuirão para a evolução da digitalização dos serviços de saúde pública no País. É o que afirma o diretor do Departamento de Ecossistemas Digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Otávio Caixeta. Ele disse que o INOVApps, do MCTIC, tem estimulado a criação de aplicativos também na área da saúde, além do programa Startup Brasil, com 18 novos negócios apoiados para área de saúde de um total de 183.
Caixeta citou também a Rede Universitária de Telemedicina (Rute) da Rede Nacional de Estudos e Pesquisas (RNP), que conecta 112 hospitais universitários e 60 grupos de interesse. Ele reconhece, entretanto, que a revolução digital não acontece no mesmo ritmo acelerado no setor de saúde.
O diretor da Accenture, Ricardo Mayer, diz que entregar saúde pública para 200 milhões de habitantes não é tarefa fácil, com nível de complexidade extremamente alto.”A saúde fica cada vez mais cara e para viabilizar é preciso massificar informações”, opina. Segundo ele, a tarefa fica ainda mais difícil com entraves na legislação, que exige a troca de informação entre médicos, e problemas de conectividade, que não suporta o tráfego de imagens de alta definição. “Isso requer infraestrutura adequada”, observa. Mas entende que o Brasil está caminhando para atender a estratégia de e-saúde, proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS).