A saúde mental é um tema que, felizmente, está saindo da sombra. E não é por acaso. Os números não mentem: 1 em cada 4 jovens entre 15 e 29 anos sofreu de algum tipo de transtorno mental no ano passado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). É um número alarmante que nos chama à ação.
Mas o que está por trás dessa mudança? A resposta é simples: a nova geração não está mais disposta a pagar o preço da saúde mental em troca do sucesso profissional. Os jovens profissionais de hoje valorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e exigem condições mais humanas e sustentáveis no ambiente de trabalho.
O relatório “Workforce View 2024” da ADP, referência mundial em sistema de folhas de pagamento com conformidade legal, mostra que 67% dos jovens consideram o bem-estar emocional um fator essencial para aceitar ou permanecer em um emprego. Além disso, flexibilidade no trabalho e apoio psicológico são mais valorizados do que bônus financeiros por muitos trabalhadores da Geração Z.
Essa transformação cultural é, ao mesmo tempo, uma resposta a níveis crescentes de ansiedade, depressão e burnout que têm se tornado alarmantemente comuns entre jovens trabalhadores. A pandemia de COVID-19 funcionou como um catalisador desse processo, deixando evidente o quanto o bem-estar emocional é essencial para a produtividade, a criatividade e a retenção de talentos.
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Hoje, uma empresa que ignora esse aspecto corre o sério risco de perder os melhores profissionais para organizações mais sensíveis e preparadas. Além disso, a nova geração não apenas valoriza o autocuidado, mas também espera que as empresas tenham uma postura ativa diante dessa realidade.
Benefícios como terapia subsidiada, horários flexíveis, cultura de apoio entre equipes e líderes emocionalmente preparados passaram a ser critérios relevantes na hora de aceitar uma proposta de emprego. É hora de as empresas entenderem que a saúde emocional não é um luxo, mas uma base para relações de trabalho mais justas, empáticas e sustentáveis.
Os mais jovens estão nos mostrando que o sucesso profissional não precisa — e não deve — custar a saúde mental. Cabe às empresas aprender com esse movimento e construir ambientes onde trabalhar seja sinônimo de crescimento, e não de adoecimento. Por esse motivo, cuidar da saúde mental no trabalho é, acima de tudo, cuidar do futuro do trabalho.
Vivian Muniz, Vice-Presidente de Produto, Marketing e Customer Service na Fully Ecosystem.
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