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ArtigosNewsletter Data-driven: a importância dos dados na saúde Por Colaboradores 25 de novembro de 2021303 pontos de vista ShareTweet 0 Em qualquer mercado, inclusive no da saúde, o segredo do sucesso de uma organização está na entrega de valor ao seu cliente. E a regra básica de como começar a fazer isso é: “foque nas pessoas!”. Na saúde, chamamos isso de “colocar o paciente no centro”. Mas para alcançarmos o sucesso para o paciente, precisamos buscar primeiro algo que é central na Epistemologia e um dos fundamentos da teoria de David Deutsch: os dados. Colocar o paciente no centro do cuidado não é novo. O movimento do The Human-Centered Design cunhou essa frase na década de 80 e, desde lá, vemos a IDEO (empresa americana de design e uma das maiores líderes em inovação no mundo) e Don Norman (fundador do Norman Nielsen Group) hasteando essa bandeira e influenciando nada menos que Apple e milhares de outras empresas, e consequentemente muitos dos produtos que amamos. O conceito que pregam é simples: foque na melhor maneira do cliente se relacionar com seu produto. “Observe as pessoas, elas que vão te mostrar formas de resolver os problemas” é a frase do Don Norman — e o valor está aí. O valor de algo está intimamente ligado ao tipo de problema que você está resolvendo ou, como Clayton Christensen chamou, o Job to be Done das pessoas. Por isso, quando queremos entender o valor do dado, temos que entender qual é o tipo de problema que ele está resolvendo. Veja, por exemplo, o famoso caso de Florence Nightingale, a enfermeira e estatística inglesa, que é considerada a mãe da Enfermagem moderna e que revolucionou o sistema sanitário mundial. Na Guerra de Criméia, ela percebeu que a principal causa de mortes dos soldados ingleses nos hospitais não era por conta dos ferimentos de guerra, má nutrição e falta de suprimentos. O maior problema eram as condições sanitárias dos hospitais. Para investigar, ela coletou os dados sobre a causa das mortes e os organizou em um diagrama, que hoje é conhecido como Diagrama da Rosa ou Gráficos Polares. Assim, provou de uma maneira bastante visual que a principal causa das mortes dos soldados era decorrente de uma deficiência no sistema sanitário dos hospitais. A partir disso, ela influenciou mudanças que reduziram drasticamente o número de mortes e revolucionou a saúde mundial. Uma mulher incrível! A Florence perguntou aos seus pacientes o que eles precisavam? Indiretamente sim, e as respostas foram os dados que ela anotava sobre os motivos que levavam esses soldados à morte. Nesse caso, qual foi o valor do dado? Incalculável. Nem ela e nem os pacientes nos hospitais de campanha sabiam inicialmente para onde isso os levaria, mas fica clara a importância de ela ter tido acesso a um histórico de informações. Muitas vezes não sabemos para que o dado servirá, pois dependemos de um entendimento prévio do problema, mas toda vez que o entendemos, pensamos: “queria ter uma série histórica de dados para confirmar minha hipótese” ou “queria acesso a dados para otimizar esse processo”. Daí a importância de termos empresas data-driven, coletando dados de qualidade e, ao mesmo tempo, focando em entender os problemas fundamentais que as pessoas enfrentam. Observar essas “respostas” em forma de dados e seu comportamento vai gerar as melhorias que podem agilizar processos, auxiliar na tomada de decisão, permitir uma coordenação de cuidado mais assertiva e calcular o tão necessário desfecho clínico, para implementarmos a saúde baseada em valor. Na saúde, a dificuldade de captar dados de forma organizada é um desafio ainda maior, pois para isso temos que entender e implementar modelos de terminologia e semântica clínica. Então, começar antes é fundamental. Estabelecer uma cultura onde todos reconheçam a razão da coleta de informações e que o desperdício de dados também pode jogar fora grandes respostas. Devemos usar o legado da Florence como exemplo e começar hoje a dar importância para aquilo que vai possibilitar a tão necessária transformação da saúde. Lasse Koivisto, CEO e sócio da Prontmed.
Saúde no país é considerada ruim ou péssima por 43% dos usuários do SUS e da saúde suplementar Por Erivelto Tadeu18 horas atrás0