Que o Brasil é celeiro para a formação de grandes profissionais de saúde, isso já é consenso. São mais de 500 mil médicos formados, aproximadamente 64% têm o título de especialista. Para 2030, a perspectiva é ainda maior: é esperado que esse número ultrapasse os 800 mil. É o que aponta o estudo realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Universidade de São Paulo. Só em 2021, durante o pico da covid-19, mais de 24 mil novos médicos se formaram.
Especificamente na área médica existem mais oportunidades profissionais, do que médicos disponíveis. O Brasil tem 2,4 profissionais para cada mil habitantes, superior à população do Japão, por exemplo, e próxima de países como Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8). Em muitos países considerados desenvolvidos, este número está na faixa de 4 por mil habitantes. Mais de 38 mil vagas de graduação são abertas diariamente e apenas 17 mil vagas para residência médica.
Das mais de 350 escolas médicas brasileiras, 68 delas estão concentradas em São Paulo, 40 em Minas Gerais, 24 localizadas na Bahia e 22 no Rio de Janeiro. No primeiro ano de fundação desses centros de ensino, somadas a outros Estados espalhadas no Brasil, 35.558 oportunidades de trabalho foram geradas.
Para descentralizar a prática médica e, ao mesmo tempo, ampliar a capacidade de atendimento médico na rede de saúde, nasceu a Ebramed – Escola Brasileira de Medicina, fundada em 2020, pelo empreendedor Marcus Vinicius Tatagiba, a primeira plataforma de Pós-Graduação focada em ensino digital para médicos de todo País. É resultado de um projeto bem-sucedido e idealizado pelo time de inteligência educacional do Grupo Educar Mais, considerada uma das principais holdings de educação do país, reconhecida pela gestão do ensino digital na área médica e da saúde, além de incentivador e precursor da telemedicina no Brasil. Já formou mais de 50 mil profissionais, e hoje é responsável pela administração da área de formação da startup.
“O propósito não é outra coisa, senão, democratizar o acesso à formação de qualidade (especialização) por meio da tecnologia, aliando a uma ampla carga horária teórica e prática. De forma disruptiva e inovadora, o objetivo é revolucionar a área da saúde e proporcionar mais protagonismo aos profissionais médicos, para que cheguem seguros e bem-preparados em todos os cantos do País”, afirma Marcus Tatagiba, que também é CEO e fundador do Educar Mais. O executivo é formado em Administração de Empresas, com especializações no Brasil e Estados Unidos.
Atualmente, a startup conta com 120 colaboradores, dos quais 87 são da equipe médica, docentes que atuam em hospitais reconhecidos como Albert Einstein, IPO, InCor – Instituto do Coração, Santa Casa, Hospital Sírio Libanês. Um dado interessante é que 55% dos funcionários são formados por mulheres. Em 2022, estimam crescer o número de contratações em aproximadamente 30%. Conta com diversas parcerias e convênios com hospitais, clínicas e instituições de saúde do Brasil e, nos Estados Unidos, cujo objetivo central é a formação de excelência de seus alunos, para que possam realizar os estágios e práticas, assim como treinamento para a prática e uso da telemedicina.
A startup tem parceria com mais de 300 hospitais em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos, são mais de 200 hospitais conveniados para que o aluno possa realizar programas de internato hospitalar, bem como participar do programa de práticas avançadas. Na opção pelos programas na USA, os alunos têm a possibilidade de ter acesso ao USMLE – United States Medical Licensing Examination. Se aprovado, pode trabalhar no mercado de saúde americano.
As parcerias com as instituições de saúde garantem que os alunos possam desenvolver seus estágios/práticas propostos nos cursos de pós-graduação da área médica e da saúde, bem como criar relacionamento técnico-profissional com as unidades conveniadas, atuar em diversas áreas da unidade, multiplicar referências e competências, entre outras. Em janeiro, a Ebramed firmou convênio com 31 hospitais no Estado do Paraná, entre eles o Hospital Universitário de Londrina – UEL, Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), Hospital Universitário do Oeste do Paraná, além da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, de Curitiba.
No Rio Grande do Sul, tem parceria com o Hospital Psiquiátrico São Pedro – HPSP e Hospital Sanatório Partenon. No Estado do Rio de Janeiro, em Resende, firmou parceria com o Hospital Municipal de Emergência Henrique Sérgio Gregori.
Até o fim do ano, projetam impactar cerca de 18 mil alunos na pós-graduação, cursos de extensão, cursos rápidos e palestras. Com dois anos de operação, já passaram pela formação mais de 1,5 médicos nos cursos de extensão e mais 300 nos cursos de pós-graduação. Para isso, começou a escalada dando início às operações de telemedicina, com a supervisão técnica-científica do diretor acadêmico, o cardiologista Dr. Leonardo Jorge Cordeiro de Paula, especialista em Gestão de Saúde e Educação, e atualmente médico clínico pelo Incor – Instituto do Coração.
Ensino digital
Entre as especialidades oferecidas no programa de Pós-graduação e MBA, estão radiologia e diagnóstico por imagem, cardiologia, pediatria, ginecologia e obstetrícia, clínica médica, psiquiatria, dermatologia, medicina do trabalho, oncologia, geriatria, nutrição, fisioterapia, vigilância epidemiológica, fisiologia, dentre outras. A duração média dos cursos é em média 18 meses com carga horária que pode variar entre 1.300h/a à 6.600 h/a.
No caso da pós-graduação em radiologia, a duração é de três anos, com mais de 15 mil exames para treinamento prático de laudos e oferta de pré-requisito para que o aluno possa realizar a prova de títulos. A maioria das especializações custam em torno de R$25 mil, e outras como cardiologia e radiologia podem chegar a R$50 e R$80 mil, respectivamente. Já a faixa etária dos alunos que procuram os cursos da Ebramed, é entre 25 e 35 anos, médicos com até quatro anos de formado. Já os profissionais que buscam por uma segunda especialização, pode variar de 40 a 50 anos.
Salário médico e mercado aquecido
Segundo pesquisa feita pela organização de informações científicas Medscape, em 2019, médicos especialistas ganham em média 24% a mais que médicos generalistas. De acordo com levantamento, quem é especializado ganha, em média, R$ 230 mil anualmente, enquanto o médico generalista estaria recebendo R$ algo em torno de 175 mil.
Nos últimos dez anos, é fato que houve um aumento expressivo pela busca da formação em medicina, e não é à toa. A pandemia favoreceu e muito o avanço de novas tecnologias, dentre eles a telemedicina/teleconsulta, realidade aumentada, cirurgias guiadas por robôs e até mesmo o uso de games na educação interativa médica. A simulação realística, por exemplo, é uma modalidade de ensino que, por meio de casos clínicos dos mais simples aos mais desafiadores, preparam os alunos para prestar a melhor assistência possível ao paciente enfermo.
“De forma prática, presencial ou por meio da tecnologia de simulação via telemedicina, defrontamos os profissionais com diversos e diferentes ambientes e situações que podem ocorrer no dia a dia da prática clínica do médico, dentro do ambiente hospitalar que estiver inserido. Além disso, oferecemos também a simulação realística presencial na cidade de São Paulo para que, com a vanguarda tecnológica, possamos adentrar todo território nacional a médio e longo prazo.”, finaliza Tatagiba, entusiasta da área educacional, envolvido com assuntos ligados à gestão do ensino.