terça-feira, maio 27, 2025
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Otimizar o Supply Chain como diferencial competitivo em redes hospitalares

por Alex Osoegawa
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Os hospitais e o setor de saúde vêm sofrendo, ano após ano, cada vez mais pressão por ganhos de eficiência, redução de custos e maior qualidade nos desfechos clínicos.

  • A margem Ebtida dos hospitais vem caindo ao longo dos anos. Conforme relatório do Observatório Anahp 2024, a margem Ebtida sobre Receita líquida em 2023 dos hospitais membros foi de 11,9% vs 19,6% em 2009.
  • O prazo médio de recebimento tem aumentado (mais de 76 dias em 2023) e o prazo médio de pagamento não acompanhou o mesmo ritmo (49,4 dias em 2023).

  • Inflação médica segue muito acima dos demais indicadores de mercado, pressionando ainda mais o setor por eficiência (VCMH duplo digito na maioria dos últimos anos).

  • O setor segue em movimento de consolidação, buscando ganhos de escala e sinergias, verticalizando e tornando o setor cada vez mais competitivo.

  • E o modelo de remuneração dos hospitais, está mudando cada vez mais do modelo tradicional de fee for service para novos modelos que exigem dos hospitais maior controle dos gastos e custos para manter suas margens.

Neste cenário de pressão intensa por eficiência, a otimização do Supply Chain vem se mostrando uma forte aliada na busca de rentabilidade. Sabemos que a gestão do Supply Chain em hospitais e redes hospitalares é complexa, pois os hospitais exigem elevadíssimo nível de serviço (impacto direto nos pacientes), responde por elevada participação dos gastos (30% a 40% dos custos) sendo bem diverso os tipos de categorias gerenciadas por suprimentos (medicamentos, materiais, OPME, serviços médicos, categorias assistenciais, administrativas, hospitalidade, serviços, obras, TI, etc), há limitações relevantes de espaço físico e o supply precisa operar com elevado número de stakeholders internos e externos.

Tipicamente, o Supply Chain nos hospitais é responsável pelos processos de Planejamento, Suprimentos e Logística. Para endereçar os desafios apresentados anteriormente e endereçar a complexidade envolvida, existem boas práticas a serem seguidas:

Planejamento:

  • Planejamento Integrado com áreas médica e assistencial, para captura de demandas não planejadas.
  • Uso de ferramentas de previsão de demanda com automação do processo e integração com suprimentos e fornecedores.
  • Visão de curto e médio prazo.
  • Validação das projeções com áreas clientes.
  • Cálculo de política de estoques considerando particularidades de cada item e família de itens.
  • Política de ressuprimento definidas por segmentação dos produtos,
  • Cockpit para monitoramento dos níveis de estoques.

Suprimentos:

  • Padronização de mat/med, OPME. Fundamental governança multifuncional (corpo clínico, enfermeiros, farmacêuticos, suprimentos e finanças) para definir marcas de mat/med, OPME e protocolos.
  • Definição e revisão dos protocolos médicos com participação de suprimentos.
  • Strategic Sourcing realizado em conjunto com áreas clientes.
  • Metas de savings compartilhadas entre áreas e Suprimentos.

Logística:

  • Externa aos hospitais:
    • Criação de estrutura de armazenagem externa (menor custo e pode liberar áreas de receita aos hospitais).
    • Processos de etiquetagem e unitarização fora dos hospitais, com automatização, no caso de redes, centralizar processo dos vários hospitais para ganhos de escala.
    • Uso de distribuidores e fornecedores que fiquem com parte do estoque.
  • Interna aos hospitais:
    • Revisão da malha logística interna (farmácia central vs satélites), otimizando os fluxos de atendimento e nível de serviço, e balanceamento do estoque dentro do hospital.
    • Clareza na definição de papéis e responsabilidades entre time de logística (abastecimento, gestão de estoques e dispensação) farmácia (prescrição e revisão clínica) enfermagem (atendimento dos pacientes).

Nos projetos que estamos realizando nos últimos anos, os hospitais e redes de hospitais que estão implementando essas boas práticas estão colhendo ganhos entre 4% e 7% na redução dos custos, além da melhoria na qualidade e confiabilidade dos processos.

Alex Osoegawa, Diretor Executivo na Peers.

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