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A psicologia digital já é realidade: reflexões que todo o psicólogo precisa fazer neste dia 27 de agosto

por Colaboradores
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Neste mês alusivo ao dia do(a) psicólogo(a) temos muito a refletir. Em especial, sobre as mudanças que ocorreram em virtude da transformação digital e catalisadas pela crise pandêmica. Definitivamente, o trabalho do(a) psicólogo(a) como conhecíamos, já não é mais o mesmo. Jornadas de trabalho remoto, relacionamentos phydigitais (físicos e digitais), avaliação psicológica online, ensino à distância, tratamentos mediados por tecnologia, prática baseada em dados, já são uma realidade entre os profissionais alinhados com a era digital.

Ciclos cada vez mais rápidos de mudança surgiram, nos levando em direção à tecnologia, e por isso, novas habilidades profissionais serão demandadas, como a alfabetização digital, resolução de problemas, capacidade de adaptação à mudança, entre outras. Não podemos mais negar a presença das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e a rapidez do avanço tecnológico.

Estamos inseridos em um ambiente cada vez mais complexo e para lidar com essas novas demandas, a psicologia precisa não apenas trabalhar de forma científica, mas também inovar. Diante disso, os psicólogos precisam estar aptos a usar recursos tecnológicos, mediando seus processos de trabalho pela linguagem digital.

Ao empregar tecnologia na psicologia, pode-se criar cultura data driven, gerando insights relevantes a partir das informações obtidas na prática nos mais diversos contextos de inserção do psicólogo. Com a transformação digital permite-se a inclusão de perspectivas mais complexas, como a identificação de padrões e tendências emergentes, observações longitudinais, populacionais e análises preditivas. Este fato amplia, substancialmente, a abrangência e o impacto social do conhecimento produzido pela psicologia.

Para o avanço da área, é necessário desenvolvermos psicólogos(as) com uma mentalidade inovadora, mas sem prescindir de um forte embasamento técnico científico. Assim, a psicologia ganhará mais relevância e produzirá maior impacto social, pois contará com profissionais hábeis, com a capacidade de solucionar problemas complexos e de atuarem nesta nova realidade, cada vez mais demandante, do ponto de vista tecnológico. Neste contexto, compreender o cenário atual e o quanto os profissionais sentem-se preparados para a digitalização de sua prática é de fundamental importância para instrumentalizá-los e permitir sua inserção profissional.

Apesar de muitos avanços, ainda há resistência à inovação na psicologia, um campo deveras conservador. Mas, por que as pessoas resistem à inovação? Há evidências de que essa resistência nem sempre se refere à adoção de novas ideias em si, mas se deve ao receio que as pessoas possuem de perderem parte de sua identidade, podendo separá-las de seu senso de self. Mesmo quando a inovação traz impactos positivos, há o medo de mudar, ou o medo de deixar de ser quem é ao mudar.

A inovação na psicologia ainda pode ser vista por muitos com ceticismo e de difícil aplicação, mas isso não é verdadeiro. A revolução digital já está transformando a psicologia. Precisamos preparar a disciplina e a profissão de psicologia para o futuro, à medida que a saúde se move cada vez mais em direção à incorporação de tecnologia. Para isso, é preciso trabalhar para causar um impacto positivo em questões sociais críticas, aumentando o acesso à intervenções de qualidade e também difundir a ciência psicológica, que deve ser a base para intervenções baseadas em tecnologia.

Podemos inovar em qualquer área, produto ou processo, propondo soluções novas, formas criativas e inteligentes de romper com padrões anteriores. A atenção para o futuro é uma premissa para inovar. Certamente, a crise da covid-19 acelerou o futuro e fomos impactados com a necessidade de reinventar nossa prática.

Não podemos prever todas as oportunidades e as ameaças que ainda poderão surgir neste mundo mutante. Além dos limites da previsão, devemos contar com recursos mais profundos para irmos mais longe: visão, valores, princípios, ética, educação continuada. Podemos evitar surpresas? Não. Mas, com esses recursos podemos moldar suas consequências e o futuro de nossa profissão. Diante de tanta mudança, temos que admitir, o futuro da psicologia é agora, e você, psicólogo(a), está pronto?

Dra. Ana Carolina Peuker, CEO da Bee Touch

 

 

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